Não tem dinheiro para comprar um apartamento? Já existem opções no mercado que permitem investir no setor imobiliário sem que se precise, necessariamente, adquirir o imóvel. Com menos de R$ 2.000 é possível ficar sócio de um shopping center ou de um prédio da Petrobras.
Aplicações desse tipo são feitas por meio da compra de cotas de fundos de investimentos imobiliários, que lucram financiando a construção de empreendimentos ou com a cobrança de aluguéis.
Para o investidor, o fundo paga uma remuneração mensal. Ele também pode ganhar com a valorização das cotas, que são negociadas na Bovespa ou em mercado de balcão organizado.
Além de estarem mais acessíveis, os fundos apresentam outras vantagens em relação aos imóveis. Um exemplo: a compra de cotas não inclui gastos com cartório, corretagem ou ITBI (Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis)
Para Sérgio Belleza, especialista em fundos imobiliários, as taxas de administração dos fundos também são atrativo, em torno de 0,5% ao ano, bem abaixo da média das outras aplicações do mercado.
Segundo ele, há também incentivos tributários. "A rentabilidade mensal é isenta de Imposto de Renda, caso a pessoa física possua menos de 10% das cotas e o fundo tenha mais de 50 investidores", diz Belleza.
Contudo, é preciso ler atentamente o prospecto dos fundos e o termo de securitização antes de comprar as cotas, para saber quais são os compromissos do fundo e seus riscos.
O lucro com a venda das cotas, no entanto, é tributado em 20%, explica Romeu Pasquantonio, especialista da Brazillian Finance & Real Estate.
Levantamento feito pelo site www.fundoimobiliario.com.br com 17 fundos negociados há mais de um ano na Bovespa mostra que a rentabilidade total (rendimento mensal mais valorização das cotas) acumulada de abril de 2009 a abril de 2010 varia muito.
O mais lucrativo no período foi o ABC Plaza Shopping (66,7%), seguido do Continental Square Faria Lima (49,74%) e do Hotel Maxinvest (42,90%) -todos com valorização acima do Ibovespa (42,80%). Na ponta oposta, estão Shopping West Plaza (9,80%) e o Projeto Água Branca (9,44%).
Alta de 40%
Segundo a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), o setor cresceu cerca de 40% no último ano. Hoje, existem 94 fundos, totalizando patrimônio superior a R$ 5 bilhões.
Isso porque, há dois anos, esses fundos ganharam flexibilidade para aplicar não só em imóveis mas em outros ativos, como Cédulas de Crédito Imobiliário (CCIs) e Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs). Esses papéis, lastreados em financiamentos imobiliários, remuneram com o pagamento de juros e a amortização do empréstimo.
Na sexta-feira, a BM&FBovespa e a Arisp (Associação dos Registradores de Imóveis do Estado de São Paulo) assinaram um convênio para dar mais segurança e transparência aos investimentos em CCI e CRI.
A parceria permitirá que o investidor consulte a situação jurídica e fiscal do imóvel, saber se está penhorado, por exemplo. "O objetivo é dar segurança para que esse mercado cresça. O crédito imobiliário representa 3% do PIB do Brasil. No México, é 14%. Em países desenvolvidos, mais de 60%", diz José Gragnani, diretor executivo de Fomento de Negócios da BM&F/Bovespa.
(Fonte:ADEMI-FolhaSaopaulo)
25 de maio de 2010
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