7 de novembro de 2013

Aprenda a investir seu dinheiro sem dramas



As mulheres querem fazer o dinheiro render, e nem sempre mês de mais para salário de menos é a razão para adiar esse projeto. "Ainda hoje enfrentamos os dilemas da jornada dupla ou tripla, de trabalho, família e estudos", afirma Vera Rita de Mello Ferreira, psicóloga e uma das primeiras brasileiras a se dedicar ao estudo da psicologia econômica. Com tantas funções simultâneas, como arrumar tempo para analisar t-o-d-a-s as alternativas disponíveis no mercado?

E, se existe alguma necessidade bem feminina, é justamente analisar t-o-d-a-s as alternativas. Mulheres não sentem vergonha de inundar os outros com suas dúvidas, até que se sintam confiantes - seja como achar a rua da balada, seja como fazer um investimento um pouco mais arrojado do que a boa e confortável poupança. Enquanto a principal fonte de informação sobre dinheiro para eles é a internet, a gente prefere interrogar o gerente do banco, indica uma pesquisa do instituto Quorum Brasil. A cara lavada para assumir que não entende do assunto e a disposição para escutar são importantes para quem quer investir. Mas saber o suficiente até superar a insegurança demora.

COMECE O PLANEJAMENTO JÁ

Primeiro você precisa de uma pausa para planejar os próximos anos da sua vida. É aí que boa parte das mulheres trava. Planejar? Com antecedência? Mas e se uma mudança inesperada aparecer? "Talvez seja melhor deixar todo o dinheiro na poupança mesmo", diz aquela voz interior. Nem tanto. Deixar algum valor na poupança não é prejudicial, uma vez que, além de ser fácil fazer uma retirada se pintar um imprevisto, ela é uma opção barata (sem taxa de administração) e praticamente sem risco. Mas manter ali o equivalente a um salário já é suficiente.

ASSUMA O CONTROLE DA SUA CONTA

Planejar não é sinônimo de engessar. Você pode, muito bem, traçar seus próximos passos pessoais, profissionais e financeiros e mudar de ideia depois. Projetar o futuro permite voar alto com mais segurança. "Aprender a investir não é só uma opção. As regras mudaram. É hora de assumir o controle da nossa vida financeira", afirmou, em um artigo recente, Kim Kiyosaki, que escreve livros sobre finanças para mulheres. Casada com Robert Kiyosaki, autor do best-seller Pai Rico, Pai Pobre (Campus), Kim costuma dizer que "depender financeiramente de alguém é como jogar dados em Las Vegas". Vamos combinar, não é esse o tipo de aposta que você quer se ver obrigada a fazer.

RESPIRE FUNDO E... INVISTA!

Mãos à obra. Agora que sobrou dinheiro, para que esse valor continue crescendo a melhor opção é tirá-lo da conta-corrente e procurar as aplicações mais adequadas ao seu caso. E nem sempre o melhor é o mais arriscado - as mulheres, aliás, detestam risco. "Talvez por isso elas gostem tanto de imóveis. Afinal, se tudo der errado, ele estará lá", afirma o economista Luiz Calado. A escolha de um produto financeiro depende de vários fatores: o que pretende fazer com seu dinheiro, em quanto tempo, seu nível de tolerância às oscilações do mercado e até o grau de estabilidade do seu emprego. Com isso resolvido, ouse. Conversamos com especialistas para descobrir como multiplicar o seu cofrinho de acordo com quanto você guardou. Confira!

CADA QUANTIA, UMA SENTENÇA

5 mil reais

Quanto menor o valor que você tiver, mais atenção deve prestar às despesas do produto escolhido. Nada de aplicar em fundos com taxas de administração altíssimas! Afinal, ninguém quer ver seu dinheiro corroído. Se isso for toda a sua economia, melhor escolher alternativas mais conservadoras. Uma opção são os CDBs (certificados de depósito bancário). Quando aplica neles, você "empresta" dinheiro ao banco, e em troca ele paga um rendimento, que costuma acompanhar a variação da taxa básica de juros do Banco Central. Nos últimos anos, muitos bancos lançaram CDBs que rendem mais quanto mais tempo o dinheiro ficar aplicado. Essa pode ser uma saída para quem não tem pressa e traz uma vantagem extra: o imposto de renda diminui com o prazo maior. Depois de dois anos, cai (de 22,5% para 15%). Quem também tiver coragem para arriscar pode reservar um pedacinho dessa economia (no máximo 2 mil reais) para investir em ações. Os bancos e outras instituições financeiras oferecem fundos de ações, em que um gestor profissional escolhe as mais indicadas para o seu caso. "Não tenha a pretensão de achar que consegue fazer melhor do que eles", alerta a consultora financeira Cláudia Kodja.

Vida real - Mesmo com as oscilações da taxa, quem no início do ano investiu mil reais em produtos que rendem os juros básicos hoje tem 1 050 reais. 


5 mil a 15 mil reais

Conforme suas economias aumentam, cresce a variedade de produtos disponíveis. Valores a partir de 5 mil reais podem ser aplicados em fundos multimercado, por exemplo. O nome já diz tudo: são fundos em que o gestor faz investimentos em mercados diferentes, como ações, renda fixa e câmbio. O objetivo é conseguir um retorno um pouco acima dos juros básicos. Peça para seu gerente ajudar a escolher os de menor risco, que aplicam a maior parte dos recursos em renda fixa. Não se esqueça de checar o retorno nos últimos anos. A rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura, mas vale a pena consultar a variação de um mês para o outro. Se uma hora ele vai bem, outra vai mal, sinal de mais risco. Esse tipo de investimento só é adequado a quem tem tempo, assim como os fundos de ações. Portanto, não se esqueça de diversificar - essa é a senha para evitar surpresas. Se vai investir um pouco em um fundo multimercado, reserve uma parcela pequena para os fundos de ações e uma fatia maior para os CDBs e outras alternativas conservadoras, de onde você possa sacar a qualquer momento. Aliás, como regra geral, deixe mais da metade das suas economias em produtos como poupança, CDB, letras e fundos de baixo risco. Imprevistos acontecem.

Vida real - No ano passado, os fundos multimercado renderam bem - em média, 14%. Em 2011, o retorno foi menor, de cerca de 10%. Quem aplicou mil reais em janeiro deste ano tem 1 020 atualmente.


Mais de 15 mil reais

Com valores mais altos, é possível encontrar produtos conservadores com uma vantagem enorme: alguns são isentos de imposto de renda, assim como é a poupança. Uma alternativa são as letras de crédito imobiliário ou as letras de crédito do agronegócio. Elas se parecem com os CDBs - mas o banco usa o dinheiro para financiar os setores imobiliário ou agrícola. "Outra vantagem é que as letras contam com garantia do Fundo Garantidor de Créditos", lembra Lilian Massena Gallagher, consultora financeira. O FGC assegura que você receberá seu dinheiro de volta - até o limite de 250 mil reais - mesmo se o banco quebrar. A mesma garantia também existe para CDBs e poupança. Portanto, se o seu banco oferecer uma rentabilidade igual no CDB e nas letras, pense nas letras. Não pagar imposto de renda faz muita diferença. Outra opção são os fundos imobiliários. Nesses, os gestores se especializam em comprar grandes imóveis, que normalmente são colocados para alugar. Quem investe neles pode ganhar tanto com a valorização dos empreendimentos quanto com a renda do aluguel. Mas atenção: um imóvel também pode se desvalorizar com o passar dos anos. "É muito comum falarem dos fundos imobiliários como se não oferecessem risco, mas isso não é verdade", alerta Cláudia Kodja. Pronta para multiplicar seu dinheiro?

Vida real - O conselho de Cláudia é valioso. Uma aplicação de mil reais feita em fundos imobiliários no ano passado teria chegado a 1 350 reais em dezembro. Neste ano, no entanto, esses fundos, na média, se desvalorizaram. E os mil reais de janeiro viraram 870 reais.

Com informações de M de Mulher

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