Na próxima semana, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) vai lançar as normas sobre crédito responsável que devem ser seguidas pelas instituições financeiras. O normativo faz parte da “Autorregulação Bancária”, um sistema criado pela Febraban e que, segundo divulga a própria instituição, possibilita aos bancos, junto à sociedade, harmonizar o sistema bancário, suplementando as normas e os mecanismos de controle já existentes.
“O crédito é bom, mas se for usado de maneira correta. Em excesso, ele pode gerar um prejuízo muito grande à sua vida familiar”, avalia o diretor de autorregulação da Febraban, Gustavo Marrone.
De acordo com dados fornecidos pela assessoria de imprensa da Federação, o novo normativo terá um capítulo dedicado à publicidade envolvendo o tema “crédito”. Nele, haverá uma orientação aos bancos, para que toda publicidade de crédito venha acompanhada de uma mensagem sobre o consumo responsável, destacando a importância do consumidor em tomar alguns cuidados na hora da contratação do crédito. A mensagem de alerta será criada por um comitê da Febraban e passará a ser publicada nas campanhas publicitárias de 2014, de acordo com a entidade, por meio de sua assessoria de imprensa.
“O objetivo da iniciativa, além de promover a educação financeira, é alertar a população sobre o consumo exagerado, assim como já é feito em outros setores, como cigarro e bebidas”, explica o órgão, através da sua assessoria de imprensa.
Nas palavras do presidente do Conselho Nacional da Associação Brasileira de administradoras de Consórcios (Abac), Fabiano Lopes Ferreira, a iniciativa deveria se estender aos currículos escolares. “É extremamente importante, desde cedo, aprender a gastar o seu dinheiro ou o seu salário com responsabilidade. Uma pessoa pode ter a necessidade de pagar uma conta de luz e o desejo de comprar um smartphone, isso são coisas diferentes. O que se necessita gastar e o que se deseja devem ser uma alerta para a sociedade”, diz.
Fabiano afirma que a Abac já trabalha há anos com cartilhas semelhantes às que serão lançadas pela Febraban. Algumas delas oferecem planilhas como um suporte para as famílias controlarem seu orçamento. “Quando uma pessoa quer adquirir um consórcio, ela deve medir se isso é uma necessidade e se o valor se enquadra dentro do seu orçamento. Dessa maneira, estamos negociando de uma forma transparente”, explica.
De acordo com o economista, consultor e vice-presidente do Instituto Brasileiro dos Executivos de Finanças (Ibef), Luiz Calado, um planejamento mal feito pode pôr tudo a perder. Ele menciona que a discussão sobre “crédito responsável” surgiu depois de 2008, com a crise imobiliária dos Estados Unidos e, mais tarde, com os problemas financeiros que atingiram países como a Grécia e o Chipre. “Daí, a importância de se trabalhar a educação financeira, já que nenhuma sociedade se interessa em endividar as famílias”.
Com informações do jornal O Povo
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