Por remeterem a estilo retrô, tais revestimentos e estruturas devem ser bem combinados para que o resultado final não recaia em uma decoração datada. Assim, para integrá-los à uma ambientação contemporânea é preciso conhecer as características de cada um desses "velhinhos" e, com as dicas de especialistas, usá-los corretamente.
Regras gerais
Dois ou mais desses materiais podem ser misturados em um único ambiente, no entanto, os cuidados com as padronagens e texturas devem ser ainda maiores, a fim de que o arranjo fique harmonioso, sem uma aparência caricata. Por exemplo, numa cozinha, o cobogó pode ser aplicado na entrada do cômodo para proporcionar privacidade e/ou disfarçar a lateral da geladeira, enquanto o ladrilho hidráulico, instalado na parede acima da bancada da pia, dá frescor à decoração.
Pastilhas de vidro ou cerâmica
As pastilhas de vidro ou de cerâmica são versáteis, porque podem ser usadas em ambientes internos e externos, tanto em áreas secas, quanto molhadas. Nos projetos atuais, essas pecinhas são frequentemente aplicadas às superfícies de banheiros e cozinhas, sejam elas paredes, pisos ou mesmo barrados e bancadas.
O acabamento dá textura e brilho ao espaço e funciona como um tecido que pode ser combinado com a maioria dos revestimentos existentes no mercado (porcelanatos, cerâmicas, papéis de parede, tintas e madeiras, por exemplo). Porém, para evitar um aspecto repetitivo, uma dica é empregar as pastilhas somente em parte do cômodo.
Cacos cerâmicos
Muito vistos na pavimentação de quintais nos anos 1980, os cacos foram atualmente incorporados a ambientes internos e ganharam certo chame "vintage". Os caquinhos, subprodutos do fabrico de ladrilhos e azulejos, têm as mesmas características técnicas das pastilhas (veja acima). Formado a partir da reunião de muitas partes, o acabamento funciona bem na maioria dos ambientes, mas seu assentamento deve ser cuidadoso e bem nivelado tanto no piso, quanto no revestimento de paredes. No entanto, por conta do resultado final se assemelhar a um mosaico, os cacos devem ser combinados a materiais menos ricos em detalhes, como o concreto, o cimento queimado e às superfícies minimalistas como as de polímeros acrílicos e minerais (corian), por exemplo.
Cimento queimado
Feito de cimento, esse acabamento é monolítico, ou seja, ao contrário de revestimentos formados por peças independentes, este se compõe em grandes panos, sem emendas. Contudo, ao usá-lo, não espere um visual homogêneo, sem qualquer variação de cor: pois o cimento queimado se caracteriza por ter aspecto manchado acinzentado, de tonalidades determinadas pelo modo de aplicação (ou pela pintura final).
O ponto positivo do cimento queimado é criar uma neutralidade flexível à decoração, podendo ser aplicado em pisos, paredes e até forros de ambientes internos e externos, com exceção dos quartos, que podem se tornar muito frios. Atenção: por ser liso, o revestimento tende a ficar escorregadio quando molhado, portanto, requer atenção redobrada do usuário.
Ladrilho hidráulico
O ladrilho hidráulico é produzido com cimento pré-moldado e curado em prensa hidráulica, sem queima. Diferente do cimento queimado, esse revestimento é composto por placas pequenas e, ao ser aplicado, apresentará emendas. Além das versões lisas, as empresas fabricantes dispõem de inúmeras padronagens e cores que, inclusive, podem ser personalizadas pelos consumidores.
Muito usados no pavimento de áreas externas e cozinhas, os ladrilhos hidráulicos são resistentes a choques e, com o passar do tempo, ganharam vez na ambientação de cômodos mais "nobres" como a sala de estar ou integraram a gama de detalhes decorativos, subindo pelas paredes e criando painéis e barrados. O ladrilho também não é considerado tão frio quando comparado aos porcelanatos, o que confere conforto térmico ao espaço.
Tacos de madeira (daqueles antigos, bem pequenos)
Os tacos de madeira, daqueles bem pequeninhos, que lembram a casa da vovó, nunca saem de moda. De material neutro e duradouro, esse elemento pode formar tapetes ou desenhos em pisos de quartos e salas de estar e de jantar. Lembre-se que como são feitos de madeira, os tacos "aquecem" o espaço, tornando-o mais aconchegante.
Azulejos antigos e/ou portugueses
Os azulejos antigos ou os portugueses são os mais artísticos dos revestimentos retrô e devem ser usados com cuidado e parcimônia. Há algumas décadas era comum ver esse material cobrindo todo piso ou todas as paredes de um ambiente, o que pode criar uma imagem cansativa (e datada). Para uso atual, o conselho é colocar tais azulejos desenhados somente em parte da superfície a ser revestida (como uma das paredes ou no revestimento de nichos ou bancadas), gerando menos informação, sem abrir mão da beleza.
Cobogós
Fabricados em cerâmica, cimento, gesso e outros materiais, os cobogós são estruturas vazadas utilizadas na construção de paredes "perfuradas" que permitam a passagem de claridade e ventilação dosadas. Comumente, revestem ou substituem paredes e fachadas e podem servir de divisória para ambientes.
Esteticamente, o desenho dos vazados proporciona movimento e transparência à ambientação. Combinável com facilidade, o cobogó tem sido incorporado a ambientes íntimos, além dos sociais e públicos. Seu uso se torna ainda mais interessante quando aliado à uma boa luminotécnica.
Com informações do site Mulher Uol.
Consultoria: arquitetas Eliane Fiuza e Graziela Arruda
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