2 de dezembro de 2010

Cai o peso do financiamento imobiliário no orçamento familiar

Um estudo sobre a evolução das despesas com habitação e transporte público na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nos períodos de 2002/2003 e 2008/2009 mostra que o gasto com financiamento imobiliário diminuiu. Dentro do orçamento das famílias, o peso foi de 8,3% para 6,7% entre 2002 e 2008; em contraste, o número de famílias que demonstraram pagá-las subiu de 4,6% para 5,2%.
Neste mesmo ritmo, subiu de 12,9% para 17,% o número de domicílios pagantes de aluguel. No entanto, o peso destes valores na renda das famílias permaneceu constante em 12,3%. A totalidade dos impostos imobiliários também registrou aumento no número de famílias que declararam pagar os tributos entre 2002 e 2008; de 24,7% para 32,8%, com impacto de 0,9% no orçamento das famílias. O Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) representou por si só mais de 88% da força dos impostos imobiliários.
Em relação aos impostos de água e esgoto, 65% das famílias declararam arcar com as despesas nas duas POF’s, o que, em média, consumiu 1,5% de suas rendas. Já no caso específico do uso dos transportes públicos, o Ipea teve de agregar todos os gastos expedidos por cada integrante da família em um determinado meio de transporte para consolidá-los em apenas um gasto do domicílio. Nas duas POF’S, 46% das famílias brasileiras declararam realizar gastos com transporte público; o ônibus foi disparado o transporte de maior peso na vida das famílias, representando 32% das declarações e impacto de 4,2% (3,7% na pesquisa de 2002) no orçamento familiar. O transporte intermunicipal se mostrou o mais caro, comprometendo 4,6% da renda das famílias e o transporte sobre trilhos, principalmente o metrô, o mais econômico, representando de 1,6% a 3,3% das receitas familiares em 2008/2009.
Pesquisa - No estudo foi apresentado por Pedro Humberto Carvalho, técnico de planejamento e pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), nesta quarta-feira, na sede do órgão no Rio de Janeiro. Foram levadas em consideração sete categorias de despesa: taxas urbanas, aluguel, tributos imobiliários, aquisição de imóvel, condomínio, água e transporte urbano. O Ipea elaborou dois indicadores para a sua análise. O primeiro está relacionado à proporção de famílias que declararam realizar as despesas e o outro à participação da despesas na renda total (seja ela contabilizada em dinheiro ou não) destes núcleos familiares.
O texto trata dos resultados em seis faixas de estrato familiar, de maneira a delinear um perfil distributivo das despesas. Há ainda uma análise dos dados nas cinco maiores regiões brasileiras, subdivididas em municípios e regiões metropolitanas (RM’s) e municípios do interior urbano.(Veja.com)

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