29 de outubro de 2013

Compra por celular dá força à inclusão bancária



Com o objetivo de alcançar, nos próximos anos, cerca de 500 milhões de pessoas que ainda estão excluídas do mercado financeiro no mundo, sem nenhuma conta bancária, a Mastercard vê no Brasil uma praça chave para se aproximar dessa meta. No foco, além da expansão no uso de cartões magnéticos, a empresa vê a utilização da telefonia móvel nas transações de compra como um prometedor nicho a ser explorado por aqui. A presidente de mercados internacionais da Mastercard, Ann Cairns, afirmou ontem, durante coletiva de imprensa, que a empresa está entrando com tecnologia móvel em diversos mercados do mundo.

Mastercard, TIM e Caixa

No Brasil, lançará no ano que vem a tecnologia de ´mobile money´, em parceria com a operadora TIM e a Caixa. Por meio de uma conta pré-paga virtual, o assinante da operadora poderá efetuar compras e outras transações financeiras utilizando o próprio celular ou um cartão magnético vinculado ao seu número de telefone. A gestão será feita pelo banco. Além deste projeto, a empresa pensa em ampliar as oportunidades por meio desta tecnologia. Ainda este ano, será lançado no País, em fase de testes, o MasterPass, que se tornará operacional no ano que vem.

Cadastro de smartphones

A ideia é criar uma espécie de carteira digital para smartphones, na qual vários cartões de créditos podem ser cadastrados pelo cliente e todas as compras pela internet poderão ser feitas em um clique ou toque digital.

"A metade da população brasileira não é bancarizada, mas possui celular. Então, queremos entrar neste mercado, que é uma das coisas que vai causar muita revolução", analisa Ann.

De acordo com ela, mercado brasileiro possui um dos maiores índices de prontidão móvel, que é a propensão dos consumidores para realizarem compras pelo celular. No ranking mundial que avalia essa tendência, o País se coloca em 16ª posição. "Eu acho que isso vai pegar no Brasil", afirma. O presidente da Mastercard para a América Latina e Caribe, Gilberto Caldard, aponta que o Brasil possui 268 milhões de telefones celulares, com grande uso da internet por meio deles. "O negócio é juntar isso", defende. Conforme ele, o País ainda está começando nessa nova tecnologia, mas a expectativa é de que ela se popularize nos próximos anos.

Participação brasileira

Caldard informa que atualmente 19% das transações comerciais feitas no Brasil são realizadas por meio eletrônicos, sendo que o volume financeiro movimentado por estes meios chega a 28% do valor total das transações feitas.

São 670 milhões de cartões no País, entre crédito, débito e outros, mas, mesmo assim, cerca de 30 a 40 milhões de pessoas, da população adulta brasileira, ainda não têm acesso ao dinheiro de plástico.

"Queremos trabalhar nisso, nessa inclusão financeira. A utilização dos meios eletrônicos reduz tanto a circulação de dinheiro em espécie e como as fraudes, além do que as pessoas se sentem incluídas", defende Ann. Ela afirma que 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil é gasto com transporte, movimentação e impressão de dinheiro vivo, um percentual semelhante ao de vários outros países. "Os governos precisam pensar na redução do dinheiro em espécie".

Bolsa Família é visto como nicho para a operadora

O Brasil é hoje o segundo maior mercado mundial para meios eletrônicos de compra, ficando atrás somente dos Estados Unidos. De olho nisso e querendo ampliar sua presença no País, a Mastercard avalia a possibilidade de sua atuação através do programa federal Bolsa Família.

A empresa já realiza parcerias com governos de diversos países e vê nesse programa grandes oportunidades de negócios.

"O Bolsa Família é um programa muito interessante e há sempre uma coisa a mais a fazer com tecnologia", declarou a presidente de mercados internacionais da Mastercard, Ann Cairns.

Ela apresentou experiências da empresa em parceria com diversos países, como na África do Sul, e com programas da Organização das Nações Unidas (ONU), que é o caso da World Food Programe, que era um programa que distribuía alimentos a refugiados da Síria e que, hoje, faz transferência de recursos financeiros por meio de cartão, via tecnologia da empresa. "Nossa missão é buscar soluções tecnológicas que substituam o dinheiro. Pode ser com cartão, através da telefonia móvel, vamos buscando soluções", afirma o presidente da Mastercard para a América Latina e Caribe, Gilberto Caldard.

Possibilidades

Como o Bolsa Família já utiliza cartão eletrônico, a empresa vê outras possibilidades para sua inclusão no programa e, entre elas, está a disponibilização de tecnologia de identificação biométrica, sistemas de biotecnologia e nisso se inclui a de pagamentos móveis, por meio de celulares. (SS)

*O jornalista viajou a convite da Mastercard

Com informações do jornal Diário do Nordeste

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