30 de julho de 2010

Acesso ao crédito movimenta setor imobiliário

Acesso facilitado ao crédito imobiliário movimenta investimento nos segmentos econômico e popular

Mesmo sem ter ainda números fechados sobre as vendas no primeiro semestre do ano, o mercado imobilário espera um bom desempenho, com um volume de unidades residenciais comercializadas superior ou compatível ao registrado em igual período de 2009. A melhoria de acesso ao crédito imobiliário, que movimenta especialmente os negócios dos segmentos econômico e popular, é o principal motivo para a avaliação.


"O desempenho de vendas de imóveis residenciais continuou bom no primeiro semestre, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, principalmente em função do crédito farto e dos juros ainda baixos, condições que criam um círculo virtuoso para o mercado. Com crédito farto e juros baixos, temos mais demanda e mais venda e, assim, os imóveis se valorizam", diz o vice-presidente das Incorporadoras da Câmara do Mercado Imobiliário e do Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG), Evandro Negrão de Lima Júnior.


Evandro avalia que o maior volume de comercialização deve ser registrado pelo segmento popular, onde as vendas financiadas têm maior peso. Ele assinala, no entanto, que na outra ponta, dos empreendimentos para a alta renda, os negócios também estão aquecidos. "Quem tem empreendimentos consistentes, que atendem as necessidades desse público, que é mais exigente, não tem dificuldade de venda'', afirma.


Mas os números mais recentes da pesquisa mensal realizada pela Fundação Ipead, ligada à UFMG, em parceria com o Sindicato da Indústria da Construção Civil de Minas Gerais (Sinduscon-MG), sobre a comercialização de imóveis novos (acabados, em obra e na planta), em Belo Horizonte, indicam que de janeiro a maio deste ano houve queda de 23,9% nas vendas de unidades, na comparação com igual período de 2009. Foram 2.435 unidades vendidas nos cinco primeiros meses deste ano, contra 3.202 unidades comercializadas de janeiro a maio de 2009.


Para o vice-presidente da Área Imobiliária do Sinduscon-MG, José Francisco Cançado, a queda de vendas indicada na pesquisa não pode ser interpretada como um desaquecimento do mercado. Ele explica que o volume registrado nos cinco primeiros meses do ano passado foi inflado pela realização, em maio de 2009, do feirão da Caixa Econômica Federal (CEF), e também pelo início das vendas de imóveis com as condições especiais de crédito oferecidas para famílias com renda entre zero e 10 salários mínimos pelo programa Minha casa, minha vida, lançado no mês anterior, pelo governo federal.


"Com o Feirão da Caixa e o início do Minha casa, minha vida, tivemos um recorde de vendas em maio de 2009, quando 1.020 unidades foram vendidas, volume que representou 31,8% de todas as unidades residenciais novas vendidas nos cinco primeiros meses daquele ano. Este ano, o feirão foi realizado em junho. Portanto, o volume de vendas do evento ainda não foi computado pela pesquisa", observa.


MIGRAÇÃO
José Francisco ressalta ainda que o volume menor de vendas está relacionado ainda à redução da oferta de imóveis residenciais novos na capital, motivada pela migração dos empreendimentos para outras cidades da região metropolitana, e também pelo represamento de projetos em análise para aprovação na Prefeitura de Belo Horizonte. A média mensal de imóveis novos em oferta na capital nos cinco primeiros meses de 2009 foi de 2.175 unidades. Já em igual período deste ano, a média mensal foi de 1.747 unidades. (LugarCerto-Uai)

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