28 de janeiro de 2013

Cartão de crédito pode ser amigo do orçamento



Você pode achar que não, e até ter provas concretas contra isso, mas o cartão de crédito pode ser seu aliado na hora de planejar o orçamento. Um dos primeiros erros que as pessoas cometem ao começar a usar esta ferramenta de pagamento é não estabelecer qual o limite de crédito que pode ser usado. Não estamos falando do limite que a instituição financeira oferece, mas daquele que você mensura de acordo com o seu orçamento.

"O cartão tem um limite calculado de acordo com as condições de crédito, mas isso não deveria interessar ao consumidor. No dia a dia o limite é dado pela própria pessoa, que calcula quanto ela pode gastar no cartão de crédito. Se você usa o limite da administradora como sendo o quanto você pode gastar, você está repassando para a administradora a função de estabelecer o quanto você pode gastar, mas isso não é função dela, é sua", afirma Michael Viriato, professor de finanças da faculdade Insper. 

Uma das coisas que facilitam o endividamento das pessoas quando usam o cartão de crédito é a falta da sensação de gasto. Como a pessoa não tira o dinheiro de seu bolso, conta nas mãos e passa para o vendedor, nem vê a baixa na conta corrente, ela não acha que está gastando. Por isso é preciso manter planilhas de orçamento e anotar nas despesas do mês seguinte cada compra feita com o cartão de crédito como saída de dinheiro, ensina Carlos de Almeida, economista da Serasa Experian. 

Para que a sensação de gasto e controle sejam ideais, você pode montar um quadro ou mesmo usar a porta da geladeira para ir fixando todos os comprovantes de compras feitas no cartão de crédito, ensina Rogério Nakata, consultor de planejamento financeiro. 

O valor de cada novo comprovante deve ser somado diariamente, se for o caso, e você deve deixar anotado lá qual a quantia de sua renda do mês seguinte já está comprometida, ou seja, não te pertence mais, e qual o valor real que você terá em mãos ao receber o salário. 

Você pode usar o cartão de crédito para pagar praticamente qualquer tipo de despesa, inclusive supermercado. Quando usado desta forma, ele é instrumento para concentrar todos os pagamentos que você precisa fazer em uma única data. 

Mas para isso é importante planejar também a data de pagamento do cartão de crédito. De acordo com Rogério Nakata, a data ideal para o vencimento da fatura do cartão é um dia depois daquele em que o maior recebimento da pessoa, como o salário, por exemplo, fica disponível em sua conta. 

A possibilidade de fazer o parcelamento de pagamento de bens adquiridos é outra facilidade do cartão de crédito que causa transtorno. Neste caso, o ideal é evitar que o parcelamento ultrapasse várias datas comemorativas, por exemplo, para evitar o acúmulo de parcelas. "Não só no cartão de crédito, mas qualquer parcelamento que se faz é mais um tijolo que se coloca na construção da parede que é o endividamento", comenta Rogério Nakata. 

O cartão de crédito também pode ser um instrumento para controlar melhor o fluxo de caixa, ou seja, a relação entre entrada e saída de dinheiro de seu orçamento, e evitar que você acabe usando o cheque especial. "As despesas vão consumindo o salário ao longo do mês e o cartão de crédito deve entrar naquele período em que a pessoa não pagaria mais naquele mês então ela joga as compras que precisa fazer para o mês que vem sem precisar tomar dinheiro emprestado do banco. Isso é jogar para depois sem pagar juros", explica Michael Viriato. 

Mas são necessárias duas medidas para que esse controle de fluxo de caixa funcione. Primeiro o consumidor precisa compreender que o cartão de crédito não é uma maneira de alavancar seu poder de compra. Isso significa que antes de usar o cartão, você deve pensar se há saldo em caixa para pagar aquela despesa. 

A outra medida é sempre pagar o valor completo da fatura, ou seja, não entrar no crédito rotativo, que costuma ser a modalidade de crédito com os maiores juros do mercado. Se você perceber que não terá condições de pagar a fatura por completo, a dica dos especialistas é procurar o gerente de seu banco e negociar a aquisição de empréstimo e com este dinheiro pagar o cartão, pois os juros neste caso geralmente são menores. 

Com informações do site bbel.com.br

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