24 de fevereiro de 2011

Novas normas restringem financiamento do programa Minha Casa Minha Vida

Com a decisão da Caixa Econômica Federal milhares de famílias poderão adiar o sonho da casa própria. A instituição anunciou que serão liberados financiamentos apenas para os projetos que estiverem localizados em áreas pavimentadas e urbanizadas. A determinação gerou polêmica e desagradou o setor imobiliário.

Para o presidente do Sindimóveis-MS, James Antônio Gomes, é preocupante o que está acontecendo. “Isso tudo é péssimo para o mercado, todos ficam preocupados. Aqueles que tinham feito um cronograma não esperavam que haveria decisões tão drásticas como esta”, diz o presidente. “Se não forem tomadas atitudes menos radicais o setor vai virar um caos e consequentemente muitas pessoas vão ficar desempregadas”, acrescenta.

As negociações de imóveis feitas pela Caixa Econômica pelo programa Minha Casa, Minha Vida são aplicadas de duas maneiras. A primeira situação é quando a própria instituição financia toda a obra e para aprovação deste crédito é necessário que o empreendimento se localize em áreas urbanizadas, com acesso pavimentado e soluções para o abastecimento de água, energia elétrica e esgoto pluvial.

Em um segundo caso as mudanças só ocorrem quando a obra é produzida por outros empreendedores e apenas comercializada pelo programa do governo Federal. A partir de agora, estes casos deverão atender as mesmas determinações do anterior.

Na contra-mão

Na semana passada, muitas entidades ligadas ao meio imobiliário comemoraram o fato de Campo Grande e Dourados entrarem no reajuste do teto de financiamentos pelo programa Minha Casa Minha Vida. A divulgação sobre os novos reajustes de aumentam os valores financiados de até R$ 130 mil, agora para R$ 150 mil, o que pode gerar um crescimento de 20% na procura por financiamentos.

Segundo o presidente do Sindimóveis-MS, James Antônio Gomes, os imóveis que se enquadram dentro do padrão estabelecido para o Minha Casa Minha Vida, têm em média 60m² de área, tamanho este que poderá variar de 80m² a 100m², com a nova proposta. “Aumentar o valor para R$ 150 mil vai contribuir muito com o fomento da economia do país, e Mato Grosso do Sul também será bastante beneficiada com isso”, revela o presidente.

James explica ainda, que apenas duas cidades no Estado farão parte do incentivo, porque existe um critério populacional estabelecido pela Caixa Econômica Federal, para liberar os créditos. Ele acrescenta que há boas perspectivas do setor para o ano todo e que economistas falam em crescimento no mercado até depois da Copa do Mundo.

“Nós estavamos muito satisfeitos com o que vinha acontecendo.", afirmou James sobre o fato de que o governo federal resolveu frear muito bruscamente os investimentos no setor imobiliário. De acordo com algumas pessoas ligadas ao meio da construção civil, o temor é que inflacione os imóveis em ruas asfaltadas e com esgoto e os que não se enquadram nesses termos não possam ser comercializados.

23 de fevereiro de 2011

financiar R$ 6 bilhões em crédito imobiliário

Desde quando chegou à presidência do Banco do Brasil, Aldemir Bendini iniciou (e já concretizou várias) ações agressivas de mercado – uma delas a parceria do banco com a Cielo, concretizada ao final de 2010.

Alguns números mostram que, sob a presidência de Bendini, o BB auferiu resultados expressivos: em um ano, a maior instituição financeira do país dobrou a carteira imobiliária, que passou de R$ 1,5 bilhão em dezembro de 2009, para R$ 3 bilhões em dezembro de 2010.

Após expor os resultados para o governo federal, Bendini declarou (18) à mídia ter recebido orientações para que o BB incremente ainda mais os investimentos do crédito ao setor produtivo privado, e ao setor imobiliário. Segundo o executivo, o setor privado referido é o de empresas brasileiras interessadas em ampliar seus negócios. Quanto ao setor imobiliário, a referência é ao comprador.

Bendine observou que estes dois tipos de clientes já são apoiados pelo BB, e que o banco pretende continuar na mesma linha. A respeito do volume de crédito concedido em 2010, o presidente do BB pretende levar o banco a repetir a dose em 2011: “a idéia é dobrar”, declarou, significando que a intenção é fechar o ano com a concessão de R$ 6 bilhões em financiamentos para a compra da casa própria.

Quanto ao crédito para empresas, que em 2010 cresceu 19,3%, chegando aos R$ 125 bilhões, Bendini estima para 2011 um crescimento entre 17% e 20%. O ano que terminou foi pródigo para o BB. Além de firmar-se como o maior financiador do agronegócio brasileiro - emprestou R$ 75 bilhões ao setor, 12,9% a mais que em 2009, o banco estatal foi o que mais repassou recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes). Foram concretizados repasses no montante de R$ 18,2 bilhões, cerca de 20% do total repassado pelos bancos em 2010.

22 de fevereiro de 2011

Demanda crescente pelo crédito imobiliário

Os números do mercado imobiliário impressionam. Acostumados que éramos a lidar com baixas cifras, passar a pensar em dezenas de bilhões de reais tem gerado expectativas e também boa dose de responsabilidade.

Uma das preocupações do setor vem de uma possível carência de recursos no prazo de quatro anos. O dinheiro da poupança e do FGTS - principais fontes destinadas à produção e aquisição de imóveis - mostram indícios de insuficiência. Chegar em 2014 com a linha do crédito imobiliário robusta requer debates imediatos sobre o reforço na destinação da poupança e de fundings alternativos.

Segundo a Caixa, suas cotas de financiamento médio (LTV) ao final de 2010 eram de 68% para o SBPE e 73% para o FGTS. Dos seus imóveis financiados, 44% tinham valor inferior a R$ 50 mil e 5% valor superior a R$ 200 mil. Isso demonstra aderência ao perfil do déficit habitacional, que deverá ser enfrentado ao longo dos próximos 15 anos.

Neste momento, temos de intensificar os estudos e as discussões com os bancos públicos e privados, a Abecip e as securitizadoras, a fim de promover ajustes legais e culturais para estimular a sinergia entre o SFH (Sistema Financeiro de Habitação) e o SFI (Sistema Financeiro Imobiliário).

Os Fundos de Pensão acumulam mais de R$ 600 bilhões, as reservas técnicas das seguradoras outras centenas de bilhões e os investidores estrangeiros querem boas alternativas. As LCI (Letras de Crédito Imobiliário), os CRI (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e todo o segmento de securitização de recebíveis são instrumentos a serem divulgados, pois dão liquidez imediata às receitas futuras dos empreendimentos. Ainda, osCovered Bonds, títulos lastreados na carteira imobiliária dos bancos, permitem a eles utilizarem recursos adicionais de tesouraria ou de investidores para financiar imóveis e melhorar seus resultados.

Outro aspecto que merece atenção é o reajuste dos preços. De 2005 a 2010, na cidade de São Paulo, o valor médio de área lançada registrou incremento de 62%, enquanto a inflação do INCC limitou-se a 48% acumulado no período. Isso se deve ao forte e rápido aquecimento após longos anos de estagnação do setor. Agora, os preços atingiram o limite na escalada de alta e não sofrerão grandes mudanças, meramente acompanhando os índices da inflação e eventuais flutuações tópicas de procura em quarteirões específicos de bairros especiais. E com a demanda estável, não há tendência de preços inflacionados.

O cenário futuro é de mercado sólido e estável, sem risco de "bolha", pois há demanda e o nosso sistema financeiro é rígido na concessão de créditos para empresários e compradores.


Resta um alerta: comprar imóvel é sempre bom, desde que seja para morar, instalar uma empresa ou alugar a unidade. Para aqueles que buscam especular, a recomendação é: não comprar. O especulador deve permanecer no mercado de papéis, moedas e derivativos. Imóvel como investimento é complemento de renda e de aposentadoria tão somente.

* João Crestana é presidente do Secovi-SP (Sindicato da Habitação) e da Comissão Nacional da Indústria Imobiliária da CBIC

18 de fevereiro de 2011

Financiamento imobiliário com poupança bate recorde em 2010

Os financiamentos imobiliários com recursos da caderneta de poupança atingiram R$ 56,2 bilhões em 2010, segundo dados divulgados nesta quinta-feira pela Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança). O desempenho superou o registrado no ano anterior (R$ 34,0 bilhões) em 65% e bateu novo recorde.


Em números absolutos, as contratações feitas pelos agentes do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) no ano corresponderam a 421,4 mil unidades --um aumento de 39% ante 2009.


"2010 foi o melhor ano da história para o setor imobiliário", afirmou o presidente da Abecip, Luiz Antonio França.


Ao todo, incluindo também os financiamentos com recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), as operações de crédito imobiliário contratadas em 2010 chegaram a R$ 83,1 bilhões, 67% a mais do que no ano anterior. O número de unidades financiadas, com poupança e fundo, chegou a 1,052 milhão --crescimento de 57% ante 2009.


Os dados da entidade mostram uma alta de 57% nos valores financiados para aquisição, que chegaram a R$ 31,8 bilhões, ao mesmo tempo em que os recursos para construção somaram R$ 24,4 bilhões, com elevação de 76%.


De acordo com França, o forte crescimento nos financiamento à construção se deveu à recuperação da crise. "As construtoras venderam imóveis em estoque em 2009, e não precisaram de tantos financiamentos naquele ano. Mas, agora, retomaram com tudo."


Além disso, houve no ano passado um aumento no valor médio financiado, para R$ 133 mil, 18,8% acima dos R$ 112 mil registrados em 2009. O percentual do financiamento em relação ao valor do imóvel subiu de 61,1%, em 2009, para 62%.


DEZEMBRO
Apenas em dezembro, os financiamentos atingiram R$ 6,16 bilhões, com crescimento de 61% ante o mesmo mês de 2009, registrando o melhor desempenho mensal do setor. O número de unidades financiadas ficou em 43,5 mil, contra 31,7 mil no ano anterior.


PROJEÇÕES
Para este ano, a previsão da Abecip é que os financiamentos imobiliários com recursos da poupança cresçam 51%, para R$ 85 bilhões. Segundo França, o ritmo de crescimento é menor que em 2010 por conta do aumento acima da média dos recursos direcionados à construção neste ano. "Se não houvesse ocorrido a crise, a construção teria crescido em 2009, e não saltado em 2010."


O número de unidades financiadas neste ano, de acordo com a entidade, deve chegar a 540 mil.


O presidente da Abecip afirmou ainda que o crédito imobiliário no país fechou 2010 em torno de 4% do PIB (Produto Interno Bruto). A meta do setor é chegar a 11% do PIB até 2014.(Folha,com)

17 de fevereiro de 2011

Boom do segmento aumenta estimativa de que construção civil possa crescer mais que o PIB brasileiro

A construção civil espera crescer 6% este ano, "mais que a indústria como um todo e acima do índice esperado para o Produto Interno Bruto [PIB]", segundo informou o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (Cbic), Paulo Safady. Uma expansão "significativa porque parte de uma base negativa em 2009 e que, em 2010, foi de 11%", destacou o empresário, depois de sair de encontro com a ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior.

As obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e os megaeventos esportivos como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 "serão o motor do desenvolvimento" do setor nos próximos anos, assegurou Safady.

Na audiência com a ministra, vários projetos foram discutidos, como o Sanear é Viver, que a entidade apresentou ao governo e que prevê investimentos de R$ 3 bilhões nas companhias de saneamento estaduais e municipais. Entre as sugestões da Cbic está a criação de um fundo federal para ajudar as companhias de saneamento a planejar a ampliação da infraestrutura, com compensações por recursos recebíveis e isenções tributárias. O projeto deverá se desenvolver até 2022, segundo Paulo Safady.

Ele também discutiu com a ministra do Planejamento a implementação de programas de capacitação profissional de beneficiários do Bolsa Família, por meio do projeto Próximo Passo, que já conta com a participação do Sistema S (entidades ligadas às confederações patronais que cuidam da assistência social e da educação profissionalizante de trabalhadores da indústria, do comércio e dos transportes, como Sesi, Sesc, Senai, Senac e Senat). Paulo Safady disse que a profissionalização "é um dos gargalos vividos hoje no país, na questão da oferta da mão de obra qualificada".

A Cbic também levou à ministra Miriam Belchior planos para a execução do projeto Esplanada Sustentável, que envolve a recuperação de prédios da Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

16 de fevereiro de 2011

Crédito imobiliário cresce 65% em 2010, diz Abecip

Os recursos concedidos pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) para financiamento imobiliário atingiram 56,2 bilhões de reais em 2010, alta de 65 por cento na comparação com o ano anterior, informou nesta terça-feira a associação que representa o setor no país, Abecip.


Em todo o ano passado, o número de unidades financiadas pelo sistema totalizou 421 mil imóveis, 39 por cento superior em relação a 2009.


"O financiamento de 421 mil imóveis comprova que a retomada do mercado imobiliário pós-crise, em meados de 2009, não apenas teve continuidade, como aumentou seu ritmo em 2010", comentou a Abecip em nota.


Apesar disso, o volume de empréstimos ficou abaixo da estimativa da entidade, que previa 57 bilhões de reais até dezembro de 2010, somando 450 mil unidades.


Apenas em dezembro as operações realizadas com recursos da poupança atingiram 6,16 bilhões de reais, volume 61 por cento superior em relação ao mesmo mês de 2009. O volume também foi 1 bilhão de reais acima do registrado em novembro.


Em dezembro foram financiadas 43,5 mil unidades, crescimento de 37 por cento sobre um ano antes e de 22 por cento na comparação com o mês anterior. (Reuters/Globo)

15 de fevereiro de 2011

Crédito precisa ficar mais fácil para impulsionar vendas de imóveis populares em 2011

Crédito imobiliário da Caixa Econômica Federal cresceu 57,2% no ano passado


A venda de apartamentos populares continuará a ter destaque no mercado imobiliário em 2011, mas para isso a liberação de crédito terá de ficar mais rápida e fácil, segundo avaliação do Secovi-SP (Sindicato da Habitação), que consta de estudo divulgado nesta segunda-feira (14).


Segundo o estudo, os imóveis de dois dormitórios sem elevador e de perfil econômico lideraram os lançamentos no interior de São Paulo nos últimos anos; entre os fatores a ajudar esse resultado está a facilidade para conseguir crédito bancário – além do programa Minha Casa, Minha Vida e do aumento da renda das famílias das classes C e D.


No ano passado, a linha de financiamento habitacional da Caixa Econômica Federal fechou 2010 com contratações de R$ 77,8 bilhões - expansão de 57,2% em relação a 2009. Desse total, R$ 27,7 bilhões foram realizados com recursos da poupança, respondendo por 203,9 mil moradias.


De acordo com o Secovi-SP, o lançamento e as vendas de imóveis de luxo e aqueles voltados para a classe média-alta deverão permanecer estáveis, e a oferta de imóveis residenciais e salas comerciais para locação também é uma das tendências do mercado imobiliário para este ano.


Nos próximos 12 anos, o Brasil vai precisar de 900 milhões de metros quadrados de terrenos urbanos para construir algo em torno de 24 milhões de moradias, conforme estimativa do estudo Construbusiness Fiesp 2010.


O Secovi destaca que cidades compactas, com trabalho, moradia e lazer próximos, solucionando, em boa parte, os problemas de mobilidade é um modelo adotado mundialmente.


- O estabelecimento de boas regras de ocupação urbana - compacta e sustentável - é a forma de manter o sucesso das políticas de desenvolvimento imobiliário e das cidades.(R7)

10 de fevereiro de 2011

"Papel imobiliário" dispara e supera R$ 1 bilhão

O boletim da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) aponta que os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) estão a todo vapor. Com apenas sete operações, esse segmento totalizou R$ 1,02 bilhão neste começo de ano apenas. O número de operações é o mesmo em comparação a janeiro de 2010, mas o volume negociado apresenta expressiva elevação, passando de R$ 25 milhões no ano passado para R$ 146 milhões no início de 2011.


Alberto Kiraly, vice-presidente da Anbima, atribui essa disparada ao aquecimento do setor imobiliário no Brasil. Para ele, o CRI pode ser uma alternativa interessante aos que pretender ingressar no mercado.


"Esse crescimento está associado a toda a demanda do mercado que vimos no ano passado, que teve um grande número de projetos apresentados. Acredito em uma consolidação deste mercado imobiliário e acho uma alternativa interessante para acessar o mercado de capitais", analisa Kiraly.


As Notas Promissórias captaram R$ 552 milhões. Já estão em análise na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e na Anbima R$ 1,2 bilhão em emissão de debêntures. Renda variável também teve sua parcela expressiva de aceleração neste começo de fevereiro. A CVM registrou R$ 2,2 bilhões em ofertas primarias e secundárias de ações e mais doze estão em análise.


Já as captações externas devem seguir, neste ano, o ritmo de 2010. Segundo o relatório, já é esperada a emissão de US$ 10 bilhões neste início de ano, sendo que a Petrobras lidera essas emissões com montante de US$ 6 bilhões. Essa será a primeira emissão, pois até 2014, a petrolífera pretende realizar operações que cheguem a US$ 40 bilhões no mercado de dívidas.


Já o Banco Votorantim anunciou ontem que emitirá US$ 500 milhões em bônus no mercado externo, o que ajudará a impulsionar ainda mais o mercado de capitais ao longo do ano. O vice-presidente da Anbima Alberto Kiraly, explica que esse número crescente de captação no exterior deve-se à necessidade das empresas de granjear recursos. "As empresas que precisavam arrecadar fundos aproveitaram o bom momento e o mercado externo favorável para captar. É um mercado mais competitivo para as empresas que têm receita em dólar e atuam com exportação", explica Kiraly.


Em 2010, a entidade registrou captações internacionais de US$ 53,7 bilhões, recursos estes dos quais 75% ficaram concentrados no mercado de títulos de renda fixa.


No final do ano passado foram registradas 72 operações que somaram R$ 1,597 bilhão em dezembro; no acumulado do ano o montante chegou a R$ 40,370 bilhões. No mercado doméstico, os títulos de dívida também foram os mais procurados em janeiro. A Anbima registrou R$ 3,5 bilhões em operações de renda fixa, crescimento de 15,4% em comparação ao mesmo período de 2010. Só em janeiro foram contabilizadas cinco operações que arrecadaram R$ 637 milhões.


O maior volume ficou por conta das debêntures emitidas via esforços restritos que atingiram R$ 1,7 bilhão no mês anterior. Para o vice-presidente da Anbima, esse cenário pode mudar ao longo deste ano, pois o mercado em expansão abrirá espaço à novos investidores. "Acho que o mercado vai apresentar este ano um crescimento em relação ao ano passado, e neste momento será necessário expandir a base de investidores, isso dado o volume de recursos e necessidade de financiamento das empresas. Terão de ser realizadas operações via instrução 400 da CVM; não dá para depender apenas de 20 investidores no mercado", explica.


Quantos aos fundos, "no último trimestre a renda fixa foi bastante puxado e esperamos que essa tendência continue", explica o vice-presidente da Anbima. A entidade espera também uma forte recuperação no setor de ações. "Já é possível perceber uma recuperação das ações só neste início de ano com o número de ofertas públicas iniciais [IPO, na sigla em inglês] e follow-ons", explica Kiraly.(DCI)

8 de fevereiro de 2011

Mercado Imobiliario - Aluguel em alta

Mal o ano começou e já é possível perceber que para locar um imóvel é preciso paciência. Altas registradas no ano passado continuam, mas perspectivas são de estabilidade em 2011

Os altos preços dos imóveis para compra só deixam como alternativa para aqueles que ainda não têm condição de adquirir a casa própria o aluguel. Entretanto, o déficit habitacional no Brasil, que é de 5,5 milhões de moradias, segundo estudo realizado pela Fundação João Pinheiro, faz com que a locação também tenha seus preços elevados.


Uma prova disso é que o Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), que corrige o valor pago pelos inquilinos, fechou 2010 em 11%. É a maior taxa desde 2004. Já a pesquisa realizada pela Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG) e pelo Instituto de Pesquisas Econômicas e Administrativas da UFMG (Ipead), divulgada no último mês, registrou aumento de 13,02% nos aluguéis, enquanto a inflação (IPCA-Ipead) na cidade ficou em 5,68%.


Para ter uma ideia das alterações percentuais, somente em dezembro de 2010, enquanto a variação do IPCA-Ipead foi de 0,33% na capital, o valor do aluguel residencial teve aumento de 0,68%. As casas foram os empreendimentos que apresentaram maior reajuste, de acordo com o levantamento: 1,67% no mesmo mês. Apartamentos tiveram aumento de 0,51% e barracões, de 0,89%. Segundo as classes de bairros, os aluguéis de apartamentos apresentaram variações de 1,42% (popular), 1,06% (médio), 0,55% (alto) e 0,14% (luxo).


Já com relação à oferta residencial, em dezembro, a pesquisa apontou queda de 2,13%. O indicador de oferta por tipo de imóveis apresentou variação negativa de 1,16% (apartamentos), 4,92% (barracões) e menos 8,89% (casas). Mas, de maneira geral, o vice-presidente das administradoras da CMI/Secovi-MG, Reinaldo Nogueira Branco, atribui os reajustes acumulados durante o ano principalmente à relação entre a oferta e a demanda.


O cenário econômico favorável, com a expansão do crédito e o aumento dos empregos, em contraposição à reduzida oferta de imóveis no mercado, faz com que a demanda por aluguéis, não só residenciais como também comerciais, fique aquecida em Belo Horizonte. Somado a isso tem-se o aumento do custo de vida como um todo.


Reinaldo Branco explica que, de forma geral, os índices, tanto os do Ipead quanto os da Fundação Getúlio Vargas, são compostos com base em itens como alimentação, vestuário, transporte, despesas pessoais, comunicação, entre outros. "A variação de um índice para outro se dá de acordo com a periodicidade. O valor dos aluguéis está mais alto do que a inflação, portanto, porque contempla todos esses itens", acrescenta.


O elevado aumento dos gêneros alimentícios, dos materiais de construção, aliado ao forte crescimento do consumo em todo o Brasil, também foram alguns dos fatores apontados pelo diretor-secretário do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis de Minas Gerais (Creci-Minas), Vinícius Angelo Araújo, para a elevação do IGP-M em 2010.(UAI-EM)




Inflação foi a principal vilã




Uma série de fatores impulsionou a alta dos aluguéis, como a maior procura em relação à oferta e o aumento da renda. Além de caros, os imóveis estão aquém das expectativas

O Empresário do ramo imobiliário Fabiano Taylor explica que o IGP-M, utilizado para o reajuste da maioria dos contratos de aluguel, tem como base vários fatores. "O principal deles é a inflação, que teve alta considerável em 2010, intensificada pelas chamadas commodities, que afetaram os preços dos produtos alimentícios e industriais."

Apesar de os índices de aumento apontarem reajustes equivalentes ao dobro da inflação no mesmo período, não há nenhum cálculo padrão para definir a valorização de aluguel, de acordo com ele. "Normalmente, esse índice se espelha na evolução do mercado e na valorização dos imóveis", diz Fabiano.

No que diz respeito à relação do aumento dos aluguéis com os valores praticados em produtos e serviços, por exemplo, Taylor fala que muitos deles tiveram aumento maior que o da inflação. "É como uma reação em cadeia e uma questão exclusiva do mercado de locação. Talvez por isso os economistas estejam especulando um aumento ainda maior na inflação, e o governo avaliando medidas para contê-la."

Além desses fatores, da grande demanda associada à baixa oferta, Fabiano Taylor diz que a publicação da Lei 12.112/09, que completou um ano em 24 de janeiro, trouxe algumas alterações à Lei 8.245/91 (Lei do Inquilinato), em vigor até então, favorecendo os aumentos. "O novo texto da Lei do Inquilinato deu mais autonomia para o proprietário reajustar os valores dos contratos vencidos", completa.

A nova lei também agilizou as ações de despejo por falta de pagamento, o que traz como consequência mudanças no mercado imobiliário, atraindo investidores para aplicar dinheiro em imóveis para aluguel. Segundo ele, se por um lado a nova Lei do Inquilinato gerou mais tranquilidade para os proprietários e imobiliárias, representou um dos grandes desafios para a locação de imóveis em 2010. "A aprovação da ficha de cadastro e do fiador continuou como um forte desafio para o setor. Isso porque há um histórico de inadimplência no país", revela.

CARTÃO ALUGUEL

Para lidar com esta situação, estão sendo lançadas várias formas de fiança. Uma das soluções é apontada por instituições bancárias, que descobriram o mercado imobiliário como fonte de investimento. "Para isso, criam cartas de fianças, nas quais o inquilino faz um depósito para garantir a locação. Em contraponto, o banco avaliza a locação perante o proprietário."

Outra opção é recorrer às seguradoras, que também oferecem alternativas que substituem o fiador, só que a um custo maior para o locatário, como informa o vice-presidente da Rede Imvista. "Apesar de o cadastro do fiador ainda ser um problema para o setor, o contínuo aumento da adoção dos novos modelos de fiança tendem a sanar esse entrave", acredita.

O cartão aluguel, já lançado pela Caixa Econômica Federal em São Paulo e com previsão de chegar este mês em Belo Horizonte, é outra alternativa. O produto terá uma taxa de anuidade de R$ 96 e será oferecido nas bandeiras Mastercard e Visa. Com ele, o cliente terá dois limites, sendo um exclusivamente para o aluguel e outro para o pagamento de compras no varejo. O cartão passará por período de teste durante 60 dias.

De acordo com o advogado da Associação Brasileira dos Mutuários de Habitação (ABMH), Alexandre Tavares, o recurso é uma medida positiva. "Trata-se de um cartão de crédito normal, que a pessoa pode usar no dia a dia. Porém, contará com um limite especial exclusivo para o pagamento de aluguel, que garante até 12 parcelas."

Caso não ocorra o pagamento em dia, o advogado adverte que o inquilino terá de arcar com juros do cartão, que têm taxa de 10,02% ao mês, e a imobiliária será avisada pelo banco. "Assim, ela poderá tomar as medidas para a retomada de imóvel", completa. Para adquirir o cartão, o consumidor deverá ter a aprovação de crédito feita pelo banco.

Profissionais da ABMH acreditam que, a partir da implantação do recurso em todo o país, a maioria das imobiliárias não dará mais prioridade para o método de locação por fiadores. Além disso, os contratos de aluguéis serão feitos somente pelo cartão, com um contrato máximo de 12 meses, podendo ser renovado anualmente.(Uai-EstadodeMinas)

Mercado Imobiliario - Como achar as joias raras

Os preços não param de subir e os achados imperdíveis — aqueles imóveis que se encaixam perfeitamente nos sonhos e no bolso — estão cada vez mais difíceis de se encontrar. De acordo o vice-presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci-RJ), Edécio Cordeiro, eles representam apenas 1% do mercado. Ser o feliz proprietário de uma dessas joias depende, então, de competência na busca e muita sorte.


Para começar, é preciso aumentar o leque de possibilidades, se aliando à corretores e imobiliárias, e ir à luta.


— A maioria dos imóveis imperdíveis são antigos. Por isso, é preciso procurar também as pequenas imobiliárias de bairro. Elas conhecem a região e os moradores como ninguém — diz Bruno Theodoro, da Estrutura Consultoria.


Estar sempre atento e manter um bom relacionamento com o corretor pode fazer a diferença. Afinal, existem muitos candidatos no mercado, e você só será lembrado caso se faça presente.


— Outra coisa importante é estar disponível, pois a oportunidade surge uma vez só. Ter o dinheiro ou o financiamento aprovado também é fundamental para agilizar o processo — diz Bruno.


Para não meter os pés pelas mãos, no entanto, é importante segurar um pouco a empolgação, e não se esqueça de checar direitinho a documentação do bem.


Aumente as suas chances em sete passos:


1- Procure imobiliárias e profissionais habilitados pelo Creci e preencha corretamente as ficas de cadastro, deixando claros valores e perfil do imóvel desejado.


2- Defina as regiões de preferência e procure também pelas imobiliárias pequenas, que possuem clientes fiéis e onde o boca a boca funciona mais rapidamente.


3- Ligue diariamente para os corretores e estabeleça uma relação mais próxima com eles, para que seu nome seja o primeiro a ser lembrado quando uma joia rara pipocar no mercado.


4- Esteja sempre disponível. Não esqueça que o corretor tem mais de um cliente fiel na manga. Se você não estiver disponível, outro estará.


5- Tenha os documentos para fechar o negócio em mãos. São eles: carteira de identidade, CPF e certidão de casamento, se for o caso.


6- Antecipe o pedido de financiamento. O dono do imóvel tem pressa e prefere dinheiro na mão. Portanto, crédito aprovado é um ótimo argumento de negociação.


7- Não deixe a empolgação falar mais alto e sempre verfique a documentação do imóvel e do vendedor. (ExtraOnLine-RJ)

4 de fevereiro de 2011

Projeto altera lei dos aluguéis de imóveis

O aquecimento da economia nos últimos 12 meses impactou o mercado imobiliário e elevou o preço dos aluguéis no País. Indicador de referência para reajustar a maioria dos contratos de aluguel, a variação do IGP-M (Índice Geral de Preços Mercado) acumulada no período chegou a 11,5%, mas projeto de lei (PLS 25/10) que aguarda relator na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) poderá ajudar a desacelerar esse ritmo de crescimento.


A intenção do autor da proposta, senador Antonio Carlos Magalhães Júnior (DEMBA), é ampliar a oferta de imóveis para alugar - e, assim, segurar a alta nos preços - com mudanças na Lei 8.245/91, que regula a locação de imóveis urbanos. O parlamentar sugere modificações em seis dispositivos que deverão aumentar as garantias dos proprietários e, dessa forma, incentiválos a disponibilizar mais casas e apartamentos para aluguel.


A principal alteração do projeto refere-se aos contratos inferiores a 30 meses.


Atualmente, a Lei 8.245/91 considera que esses contratos são renovados automaticamente por prazo indeterminado e até impõe algumas condições para dificultar a retomada do imóvel pelo seu dono. Entre elas está a comprovação de necessidade de uso próprio, desemprego do locatário ou falta de pagamento do aluguel. Se o pedido não se enquadrar nas exigências, só será possível propor ação de despejo cinco anos após o início do contrato de locação. O projeto do senador Antonio Carlos Júnior acaba com esses requisitos e dá ao locador o direito de denunciar o contrato a qualquer tempo, concedendo-se prazo de 60 dias para desocupação.


Outra garantia concedida pelo PLS 25/10 aos proprietários de imóveis alugados por menos de 30 meses é que, se for instaurada ação de despejo, esse locador não terá mais de aguardar os seis meses para desocupação assegurados ao locatário que contestar a ação a tempo e concordar em sair; mas isso valerá em apenas duas hipóteses: se o proprietário precisar do imóvel para moradia própria, de seu cônjuge, descendente ou ascendente, ou para a realização de obra aprovada pelo poder público.


FLEXIBILIDADE. A flexibilidade de regras para facilitar a desocupação vai valer para a locação de imóveis residenciais e por temporada. Estipulase ainda que, nas ações de despejo; de consignação em pagamento de aluguel e acessório da locação; revisionais de aluguel e renovatórias de locação, o valor da causa corresponda exclusivamente a 12 meses de aluguel.


Antonio Carlos Júnior quer também livrar o locador de débitos deixados pelo inquilino em contas de telefone, energia elétrica, gás, água e esgoto. O senador disse, em seu projeto, que o proprietário pode pedir às empresas fornecedoras desses serviços, mediante comprovação da locação do imóvel, a transferência da titularidade dessas contas para o inquilino até a efetiva desocupação do imóvel.


"Muitas vezes, o locatário fica inadimplente, desaparece, e o locador fica responsável pelo pagamento das despesas dos serviços prestados ao locatário, além de não receber o aluguel e ter que arcar com o condomínio", disse o senador.

3 de fevereiro de 2011

Intenção da baixa renda em comprar imóvel quase triplicou em dois anos

O número de brasileiros de baixa renda que pretendem comprar um imóvel quase triplicou em dois anos. No último trimestre de 2008, 2,6 milhões de consumidores que pertenciam às classes C, D e E tinham a intenção de adquirir a casa própria nos próximos 12 meses. Em 2010, 7,5 milhões tinham essa intenção – um aumento de 188%.


De acordo com a pesquisa, ao todo, 9,1 milhões de pessoas pretendem realizar a compra ao longo deste ano, ao passo que no último trimestre de 2008, eram 4,2 milhões.


Por classe
Do total de brasileiros que pretendem realizar a compra, 47% são da classe C – o que equivale a 4,3 milhões de famílias.


Somente o número de brasileiros que pertencem a esse segmento da população e que têm a intenção de realizar o sonho da casa própria, o aumento foi de 187% em dois anos. Já entre os que pertencem às classes D e E, a elevação na intenção foi de 190%.


O percentual das classes D e E que querem comprar a casa própria passou de 26% para 36% no período. Ao todo, 3,2 milhões de famílias desse segmento da população pretendem comprar um imóvel - uma elevação de 190% na comparação com 2008, quando 1,1 milhão tinham essa intenção.


Já 17% dos que têm a intenção de adquirir um imóvel nos próximos 12 meses pertencem às classes A e B. Esse percentual representa 1,6 milhão de famílias desse segmento. Na comparação com 2008, não houve alteração no número absoluto.


Mercado potencial
De acordo com a pesquisa, como a proporção de pessoas com imóvel próprio é menor na baixa renda, a maior demanda desse mercado se concentra nesse segmento da população. “Além disso, a população da base da pirâmide é muito mais jovem do que a das classes A e B, e vai concentrar a formação futura de novas famílias”, avaliam os pesquisadores.


Considerando o tipo de imóvel, 4,9 milhões de pessoas querem comprar casa, 1,9 milhões apartamentos e 884 mil famílias pretendem comprar terrenos.(Infomoney)

2 de fevereiro de 2011

Limite do financiamento do FGTS para imóveis destinados a população de baixa renda é ampliado

O valor do financiamento de imóveis para população de baixa renda por meio do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) será ampliado. Nas regiões metropolitanas do Distrito Federal, São Paulo e Rio de Janeiro, o teto será de R$ 170 mil. Nas demais capitais e municípios com mais de 1 milhão de habitantes, o valor a ser financiado será de até R$ 150 mil.


Nos municípios com mais de 250 mil habitantes ou inseridos em regiões metropolitanas, o teto será de R$ 130 mil; naqueles com mais de 50 mil habitantes, passará a ser de R$ 100 mil e de R$ 80 mil para as demais cidades do país.


A decisão tomada nesta quarta-feira pelo Conselho Curador do FGTS beneficiará pessoas cuja renda familiar máxima seja de R$ 4,9 mil para regiões metropolitanas e municípios com população igual ou superior a 250 mil habitantes e de R$ 3,9 mil para as demais regiões do país.


De acordo com o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que preside o conselho, a medida traz equivalência aos valores praticados no mercado imobiliário. Segundo ele, desde 2007 não havia reajuste desses valores.


A taxa nominal de juros das operações destinadas a esse financiamento na área habitacional para população de baixa renda está fixada em 6% ao ano mais Taxa Referencial. Essa taxa pode chegar a 5% com subsídios para famílias com renda de até R$ 2.790.


O FGTS pode financiar até 90% do valor de imóveis novos ou usados, sendo o prazo de pagamento de até 30 anos. A resolução do conselho entra em vigor a partir da sua publicação, quando a Caixa começa a operar com os novos valores.(AgenciaBrasil)