Espaços amplos pedem a inserção de recursos que possibilitem a criação de ambientes distintos. Para resolver essa questão, há várias alternativas, que conjugam funcionalidade e beleza. A escolha pela melhor opção depende do gosto de cada um, das funções do espaço e do orçamento disponível para o projeto. O designer de interiores Filipe Bastos confirma que há uma infinidade de opções para dividir ambientes sem precisar construir paredes. Para isso, ele diz que basta usar a criatividade. “Biombos, cordas de sisal, cabos de aço e até cordas de miçangas são exemplos que podem ser utilizados para criar uma divisão. A diferenciação de níveis no piso ou até a própria diferença de materiais também ajudam a criar uma ideia de separação de ambientes. Podemos criar, inclusive, uma parede viva, utilizando plantas”, conta.
A escolha do tipo de divisória a ser utilizada vai depender da proposta do projeto e do espaço. Assim, para saber em quais espaços e situações podem ser empregadas, é preciso analisar alguns fatores, segundo Bastos. “É necessário observar se o material se adequa ao ambiente. Para áreas externas, é preciso ter o cuidado de selecionar materiais resistentes às intempéries e divisórias de difícil manutenção devem ser evitadas em locais em que a exposição à poeira, água e gordura seja grande.”
E são várias as possibilidades de divisão de ambientes, como conta a arquiteta Maluh Amorim. “Podem ser utilizadas quando queremos, por exemplo, separar a entrada principal do estar; na chegada da casa, escondendo um pouco o ambiente interno da entrada; no quarto, separando a área de dormir da de trabalho (home office) e na cozinha, dividindo-a da área de serviço. Ou seja, em diferentes lugares, onde a pessoa sente a necessidade de existir uma separação dos ambientes sem precisar de uma parede.”
Um dos recursos para possibilitar essa separação e que surte um grande efeito é a tela metálica, como cita a arquiteta. “Dependendo do ambiente, fica muito bonita. Também podem ser utilizados armários e estantes moduladas, que, com cautela e bom gosto, são super bem-vindos”, completa Maluh.
A arquiteta Nara Cunha cita, ainda, materiais como ferro, madeira, drywall, PVC e até as mais específicas, como as divisórias acústicas, como opções disponíveis no mercado. “Elas podem ser usadas, praticamente, em todos os ambientes. São utilizadas quando é preciso cria novos espaços, separar ambientes, criar privacidades e também multiplicar a função de um espaço.”
Mas também há restrições quanto ao uso do recurso, como esclarece Nara. De acordo com ela, em ambientes muito pequenos não é bom usar divisórias, isso porque elas separam o que já é pequeno. “Mas, se for necessário, podemos utilizar artifícios móveis como, por exemplo, cortinas que podem ser abertas ou fechadas com facilidade e leveza”, sugere.
INSTALAÇÃO
Quanto à colocação do recurso nos ambientes, a arquiteta diz que cada tipo é instalado de uma maneira, de acordo com o seu modelo e material com que é produzido. “Mas é necessário uma mão de obra especializada. No caso das portas de correr, um marceneiro, no do cobogó, um pedreiro”, conta Nara.
Filipe Bastos diz que, para quem optar pelo cobogó – elemento vazado que pode ser fabricado em cimento, argila, vidro, cerâmica, entre outros –, a instalação é simples, utilizando argamassa. “Já os painéis podem ser estruturados no piso ou no teto, podendo estar apoiados em trilhos, se forem móveis. As cortinas, também instaladas em trilhos, podem contar com automação para abrirem e fecharem ao comando do ipad. Biombos são muito utilizados pela praticidade de não necessitarem instalação”, explica o designer de interiores.
Os locais onde as peças podem ser encontradas é tão variado quanto os materiais utilizados para fazer a divisão dos ambientes. “Encontramos opções em lojas de construção, com custos razoáveis, e também muito sofisticadas em lojas especializadas. Também há alternativas já prontas, com medidas padronizadas, ou feitas por encomenda para personalizar o espaço”, indica o designer de interiores Filipe Bastos.
Paredes de vidro, divisórias, portas de correr, cortinas, biombos, telas decorativas e cobogós são só alguns exemplos de recursos disponíveis, que são encontrados em lugares distintos, segundo a arquiteta Nara Cunha. Quanto às características de cada alternativa, cada um tem sua maneira mais apropriada de ser utilizada. “O cobogó é ideal para quem tem a intenção de manter a privacidade sem comprometer na iluminação. Eles também permitem a quebra da incidência solar sem comprometer a ventilação. Já os biombos são práticos e versáteis, facilmente movidos de um lado para outro criando espaços com privacidades somente quando necessário.”
Para saber qual das opções é mais vantajosa, tudo vai depender do espaço disponível, o que se pretende nele e o que se pode ou está disposto a gastar na divisão do ambiente. “Um elemento pode evitar os inconvenientes de uma obra, mas, por outro lado, pode ter um custo mais elevado. Ou pode ter uma instalação rápida, mas não prover um isolamento acústico adequado. Tudo deve ser estudado com cautela e escolhido de acordo com a necessidade do espaço”, conta Filipe Bastos.
Escolhendo-se da maneira correta, as divisórias deixam os espaços mais aconchegantes e acolhedores, como avalia a arquiteta Maluh Amorim. “A meu ver, enriquecem os ambientes com um tipo de material diferente. Mas a principal desvantagem é que, muitas vezes, se não são bem usadas, acabam poluindo visualmente o espaço, pois seria mais um elemento, um intruso, eu diria, colocado naquele lugar.” Para quem gosta de seguir tendências, uma das indicações de Maluh é o uso do cobogó, que está em alta. “Elementos vazados estão sendo super valorizados para serem usados como divisórias de ambientes. A Hunter Douglas mesmo lançou recentemente o 3Form (Translucent Materials) – Parametre, uma novidade em divisórias de ambientes”, aponta.
EM ALTA
Bastos confirma que os cobogós estão sendo bastante usados nos projetos. “Criado em Recife nos anos 1920 por três engenheiros, voltou com tudo. Peças de cimento, como as originais, ou repaginadas em vidro, louça, acrílico, têm diferentes formas e cores. Dividem o ambiente, permitindo passagem de luz e ventilação”, explica. Além do cobogó, Nara Cunha diz que, de maneira geral, as tramas estão na moda. “Biombos com todo tipo de textura estão em alta, conferindo ao ambiente personalidade. Mas, o importante quando for fazer a escolha é saber qual a real necessidade do espaço. Isso faz toda a diferença no resultado, pois cada uma delas é utilizada de uma maneira”, reforça a arquiteta.
Da economia à sofisticação
Assim como em outras composições, o ideal é que o ambiente seja aconchegante, prático, funcional e, ao mesmo tempo, barato. Para isso, basta escolher a peça ideal dentre tantas existentes no mercado. “Como são muitas as possibilidades de uso para se delimitar, dividir ou até mesmo esconder o que não se quer deixar totalmente à mostra, o custo vai variar de acordo com as peças escolhidas. Uma cortina pode deixar o ambiente aconchegante, prático, versátil e tem o custo baixo”, afirma Nara Cunha.
Filipe Bastos também ressalta a importância de observar bem os materiais a serem utilizados a fim de conjugar todas essas características, gastando menos. “O mercado apresenta opções diversas de produtos com grande variação de preço. É muito importante observar a qualidade do material, a durabilidade e a garantia que a empresa oferece. Muitas vezes barato não é o melhor preço, mas o equilíbrio entre qualidade e custo”, analisa.
Isso levando-se em conta as necessidades que precisam ser observadas, como reitera Bastos. “Se há necessidade de tratamento acústico e térmico, a durabilidade do material em relação ao ambiente em que está sendo instalado, a facilidade de manutenção e se harmoniza esteticamente com o restante do ambiente.”
Para compor esse tipo de ambiente, os objetos mais usados são a madeira, o vidro e a cerâmica, como diz Maluh Amorim. “Com certeza, existem materiais que definitivamente não combinam um com o outro, eles brigam e acabam poluindo o ambiente. Assim, temos de fazer uma boa escolha visando um equilíbrio estético e funcional, adequado para aquele ambiente específico que estamos trabalhando. Fazer estudo de cor, forma e funcionalidade”, detalha.
A fim de que essa composição atenda às necessidades e desejos dos moradores e seja acessível financeiramente, Maluh acredita que é preciso fazer uma triagem no que existe no mercado. “E, de acordo com o gosto do cliente, tentar fazer o melhor em termos de bom gosto e qualidade, escolhendo dentro da realidade dele o que vai atender aquele espaço que está sendo trabalhado.”
Por isso, além da execução de um projeto adequado à necessidade de cada cliente, ela diz que a escolha de um profissional qualificado para a execução da divisória, seja ela de madeira, vidro, cerâmico (cobogó), entre outros, é fundamental. “Porque, caso ele não execute bem, pode acabar comprometendo a estética do ambiente e levar à insatisfação do cliente. Tem-se que saber fazer o preparo do local, antes de receber essa divisória, pois, se arrumar o espaço e isolar tudo que for necessário primeiro, não terá problemas em estragar ou danificar nada do ambiente”, diz Maluh.
Uma das alternativas mais usadas quando o assunto é divisão de espaços é o vidro. Em diversas opções, graças à tecnologia de ponta empregada em sua fabricação, podem ser usados até mesmo em ambientes que necessitam de privacidade. Por isso, o material é bem-vindo em todos os espaços, como afirma o diretor da Associação Brasileira de Distribuidores e Processadores de Vidros Planos (Abravidro) e gestor da Klaas Vidros e Serviços, Héber Jerônimo Vervloet Dutra. “Inclusive naqueles em que haja risco de quebras. Atualmente, vendemos vidros, inclusive, para fornos de siderurgia. Acidentes ocorrem quando o material é usado erroneamente”, informa. Tomado esse cuidado, o especialista aponta como tendência o uso do vidro energizado, que consegue armazenar energia térmica. “Além dele, o insulado, ou duplo, que conta com uma persiana interna, e os impressos, que têm desenhos”.
Com informações do site Lugar Certo