12 de novembro de 2014

Galhos de árvores viram objetos de decoração

Artesã da cidade de Paraty cria e produz belos objetos de decoração e utensílios domésticos usando sobras de árvores típicas da região


Ela canta, samba, toca e faz artesanato de ótima qualidade. Laise Nascimento, nascida na cidade de Paraty, no litoral sul do Rio de Janeiro, define-se como caiçara (também sabe pescar). Filha de imigrantes nordestinos, ela explica com bom humor sua origem e a da irmã: “De uma paraibana e de um cearense nasceram duas paratienses”.

Sem medo da mata ou do peso da matéria-prima que coleta para fazer sua arte, recolhe galhos caídos de guapuruvu, árvore comum por ali, com os quais molda a estrutura das peças que produz: sousplats, peixes, luminárias de formas variadas, como uma tartaruga/arandela com 2,20 m de comprimento. Para cobrir essa base, recolhe também os cachos de três tipos de palmeiras: pupunha, jussara e açaí. Tudo do chão - jamais arranca nada das árvores. Cada “cachinho”, como diz, é cuidadosa e pacientemente colado na base de madeira para ela não queimar as mãos com a cola quente que utiliza (e espera conseguir substituir por “uma mais natural”). Tira partido da variação de tons (o do açaí é mais claro). Para os olhos dos bichos, usa sementes, como olho-de-cabra, também encontradas no chão. Laise já fez exposições em sua cidade e, em julho deste ano, participou das Vitrines Culturais do Ministério da Cultura no FIFA FAN FEST, em São Paulo. Este mês estará com suas peças dentro de um dos 12 barcos que formarão o cortejo no rio Perequê-Açu em direção à baía de Paraty, parte dos eventos do Paraty Eco Festival (16 a 19 de outubro). Ali, Laise reencontrará sua alma caiçara criativa e irrequieta: “Um dia, quero fazer um tubarão-baleia em tamanho natural”, conta. “São vinte metros.”

Do palmital ao cardume: os cachos das palmeiras, apoiados nas paredes da casa da artesã, estão prontos para serem “transformados” em peixes ou tartarugas.


À mesa: os sousplats estão entre as peças mais vendidas pela artesã, que recolhe parte da matéria prima em mata próxima ao sítio de seus pais

Fonte: Revista Casa e Jardim

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