De 2000 a 2004, os incorporadores imobiliários paulistanos lançaram na cidade de São Paulo em média 24,9 mil unidades/ano, segundo a base de dados da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio). À época, os lançamentos da Região Metropolitana de São Paulo, que compreende 39 cidades, respondiam pela oferta de pouco mais de 33 mil unidades/ano, ou seja, durante cinco anos a capital representava aproximadamente 75% de todos os lançamentos realizados.
Em setembro de 2005, iniciou-se o processo de abertura de capital de empresas incorporadoras por meio da oferta na Bolsa de Valores de ações da Cyrela, movimento que levou, entre 2006 e 2007, mais de 20 empresas do setor a fazer o mesmo.
De 2005 a 2009, o mercado mudou substancialmente não só de patamar, mas também geograficamente, pois a média de unidades lançadas na cidade de São Paulo subiu para 31,1 mil unidades/ano e na RMSP para pouco mais de 49,4 mil unidades/ano. Os números falam por si, pois se a média de crescimento na cidade, neste período, foi de 25%, na Região Metropolitana o incremento foi de quase 50%.
Em 2009, a cidade representava 59% dos lançamentos realizados na região. Nesse período, houve o lançamento de 29 empreendimentos de escritórios (4.397 unidades), dos quais 23 somente no município de São Paulo.
Os relatórios econômicos dos últimos cinco anos confirmam o ótimo momento pelo qual passa o financiamento imobiliário com redução de taxas de juros, aumentos de prazos de financiamento, maior concorrência entre os agentes financeiros, consolidação da alienação fiduciária. Deixam claro que a estabilidade econômica foi fundamental para o crescimento sustentado do mercado, pois a população se sentiu mais segura em decidir pela aquisição do imóvel, com opção de financiamento bancário. Isso se deve aos baixos índices de desemprego, ao crescimento da massa salarial e da renda real e de outros fatores macroeconômicos.
Porém, não podemos deixar de lembrar que a migração dos incorporadores da maior cidade do País para locais menores não tem a ver com problemas de ordem econômica ou falta de demanda. É reflexo da escassez de terrenos na capital, da falta de revisão do Plano Diretor Estratégico e, consequentemente, da Lei de Zoneamento, da escassez de estoques de áreas para outorga onerosa e do excesso de burocracia na aprovação de novos projetos.
Aguardamos um crescimento de 10% no volume de lançamentos imobiliários na cidade e na RMSP neste ano, correspondendo a aproximadamente 35 mil unidades e 59 mil unidades, respectivamente. Os números são idênticos aos de 2008 para a capital e inferior as 63 mil unidades lançadas na Região Metropolitana.
Conforme acompanhamento de outras pesquisas realizadas em 15 cidades do País que integram a Comissão da Indústria Imobiliária da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), podemos prever que este será o comportamento do mercado imobiliário em todo o território nacional.
* Celso Petrucci é economista-chefe do Secovi-SP, diretor- executivo da vice-presidência de Incorporação Imobiliária do Sindicato e membro titular do Conselho Curador do FGTS (portalVGV)
11 de junho de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário