25 de agosto de 2010

A Ética na condução dos negócios; Corretagem Imobiliaria

Hoje, para exercer a profissão, o corretor de imóveis precisa ter, além de formação, registro no Conselho Regional dos Corretores de Imóveis (Creci), órgão que normatiza e fiscaliza a atividade. “É necessário, no mínimo, que o interessado tenha ensino médio completo e tenha concluído o curso de técnico em transações imobiliárias ou de gestor em negócios imobiliários (tecnólogo)”, conta o presidente do Creci-MG, Paulo Tavares.


Mas, além desses, há outros, tanto na área de aprimoramento quanto para a formação em si, como acrescenta Tavares. “Cursos de avaliação imobiliária; marketing; economia e mercado; operações imobiliárias; noções de desenho arquitetônico, relações humanas e ética; comunicação; direito notarial e registral; matemática financeira, entre outros”, exemplifica.


De acordo com o diretor da CMI/Secovi, Jamerson Leal, a alta competitividade e o crescente grau de exigência do cliente fazem com que o corretor necessite de reciclagem constante. “E de um contínuo aperfeiçoamento em seu aprendizado, nas mais diversas áreas: relacionamentos, escrita, oratória, direito imobiliário, entre outras”, aponta.


Esse cenário, aliado ao reconhecimento da profissão, também fez com que houvesse um maior rigor na admissão de novos corretores, como constata Jamerson. “Esse fato proporcionou uma maior credibilidade desses profissionais por parte da sociedade em geral. Depois da edição do Código Civil de 2002, o corretor de imóveis passou a ter muito mais responsabilidades, exigindo-se do profissional muito mais conhecimento.”


Segundo o diretor de Desenvolvimento Profissional da CMI/Secovi, esse conhecimento não se limita a aspectos técnicos. Envolve, ainda, questões legais de uma transação imobiliária. “Passamos a responder civilmente sobre todas as possíveis consequências do negócio. O Código Civil deixa claras todas as nossas responsabilidades jurídicas numa mediação, obrigando-nos a executá-la com a diligência e a prudência que o negócio requer.”


A legislação também deixa claros os direitos dos corretores como intermediadores e a necessidade de manterem um alto padrão de ética na condução dos negócios. “Essa comercialização, cercada de todos os cuidados necessários, é o principal objetivo da nossa profissão”, ressalta o diretor da CMI/Secovi.


DESAFIOS
Mesmo com tantas conquistas, alguns desafios ainda têm de ser enfrentados pelo corretor no exercício profissional. Um deles, como aponta o presidente do Creci-MG, é a concorrência desleal entre os profissionais e aqueles que exercem a atividade ilegalmente. “Contraventores penais, que insistem em intermediar transações imobiliárias, sem, contudo, ter qualquer qualificação e em total inobservância das leis do país, notadamente a Lei de Contravenções Penais”, alerta.


Conforme Tavares, os falsos corretores sucateiam e desvalorizam a profissão, gerando, quase sempre, enormes prejuízos à sociedade, uma vez que agem livremente e impunes, pois não estão sujeitos ao Código de Ética Profissional. “Com o intuito de combater tal prática, o Creci-MG tornou ainda mais ostensiva sua fiscalização em relação aos falsos corretores, tendo, inclusive, firmado convênio com o Ministério Público Estadual, para onde encaminha todas as constatações de infração e as denúncias espontaneamente feitas pelos cidadãos, corretores de imóveis ou não.”


Corretor de imóveis há 35 anos, Angelo Custódio Pinheiro ressalta a importância da ética para o exercício da profissão. “É um grande desafio assegurar ao comprador que ele está fazendo um bom negócio. Para isso, é fundamental agir com a maior transparência e segurança, para garantir uma boa compra ou venda.”


Fundador e presidente da Pinheiro Imóveis e da rede de imobiliárias Imap, onde trabalha com seus filhos, Angelo Pinheiro apostou na profissão em uma época em que os corretores não tinham acesso a ferramentas, hoje fundamentais para desenvolver seu trabalho. “Gosto de negociar e vi na profissão de corretor uma possibilidade de fazer transações mais significativas, a partir das quais pudesse sonhar em adquirir alguns bens.”


Há quase quatro décadas, Angelo diz que apostou nas regiões da Pampulha e de Venda Nova, em que havia poucas casas. Isso em um período em que não havia financiamento da Caixa Econômica Federal para a compra de imóveis. O sistema de telefonia também não era difundido, nem a internet. No início, ele trabalhava em casa e sem carro. Vi a possibilidade de crescer, apostei e deu certo”, comemora.

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