Hoje está mais fácil adquirir um imóvel graças às novas facilidades do mercado, e muitas pessoas querem sair do aluguel, porém você deve tomar alguns cuidados na hora de comprar o apartamento ou a casa nova. Planejamento é a chave de tudo, isso inclui escolher o tamanho do imóvel, saber se o preço está batendo com os limites impostos pelo mercado, de quanto será a entrada, quando você o quitará, etc. São muitos os cuidados que você deve ter. Ângela Menezes, professora de finanças do Insper diz que o proprietário deve começar o planejamento com pelo menos quatro anos de antecedência da compra. Assim você consegue planejar bem e juntar um dinheiro razoável.
Se você olhar do ponto de vista financeiro o melhor é juntar um bom dinheiro para dar uma entrada significativa, pois assim o financiamento será menor, mas o padrão preferido pelos futuros proprietários é pagar 20% do referido imóvel e financiar 80% já que essa é a taxa geralmente aceita pelos bancos.
O economista da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac), Miguel José Ribeiro de Oliveira orienta que se você tiver condições de economizar um bom dinheiro para dar uma entrada de 40% do imóvel o faça. "Maior volume da entrada significa saldo devedor menor, menos juros e consequentemente menos gasto com o financiamento. Se puder juntar metade, ótimo", comenta o especialista
Mas outros fatores precisam ser lavados em conta. "É claro que sob o ponto de vista estritamente financeiro, quanto menos juros o cliente pagar, melhor. Dessa forma, o ideal é financiar um valor menor. No entanto, para quem não dispõe de recursos para a entrada, ou quer usar os recursos disponíveis para possíveis reformas ou mobília, o melhor é financiar o máximo possível", argumenta Alexandre Felizardo, gerente de negócios da pessoa física do Banco do Brasil.
Para os especialistas, a tradicional poupança é o melhor tipo de investimento para se aplicar mensalmente a parcela da renda que será destinada ao valor da entrada do imóvel. "Como a aplicação será utilizada num prazo determinado, o ideal é investir em opções que permitam o resgate de forma ágil, apresentem menos volatilidade em relação ao mercado, mas com rentabilidade que possa contribuir para a compra do imóvel, como a poupança e renda fixa", explica Alexandre Felizardo.
Usar o FGTS para a entrada
O recurso mais utilizado na hora de adquirir um imóvel, usar o FGTS, Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, para aumentar o volume pago no ato da compra do imóvel é uma boa opção, conforme o economista Miguel José Ribeiro de Oliveira. "Isso se faz sempre que a taxa de juros do financiamento imobiliário for bem maior do que os juros que remuneram os seus depósitos do FGTS", aconselha Miguel. Você ainda pode usar o valor acumulado do FGTS para amortizar o saldo de financiamento a cada dois anos.
Não esqueça das outras despesas
Quando você for fazer o planejamento na hora de comprar a casa nova lembre-0se que existem outras taxas que você deve considerar. "É importante ter claro as despesas iniciais do processo, que variam de banco para banco e de cidade para cidade. Como despesas iniciais os bancos cobram, geralmente, as tarifas de avaliação do imóvel e do estudo da operação. Além dessas tarifas ainda há a necessidade de recolher o imposto municipal ITBI, Imposto sobre Transmissão de Bens Intervivos, que varia de cidade para cidade, mas gira em torno de 2,5% a 3% do valor do imóvel. Além disso, ainda há os custos de registro e emissão de certidões cartorárias", ressalta Alexandre Felizardo.
As duas opções têm impactos diferentes no orçamento. Quando se escolhe comprar o imóvel na planta, o financiamento inicial, até a entrega das chaves, é feito diretamente com a construtora. Neste caso, as parcelas são maiores e há ainda as prestações intermediárias, a cada semestre, por exemplo, além do valor a ser pago no recebimento das chaves. Isso é possível porque as construtoras permitem que os compradores comprometam mais do que 30% de sua renda com as prestações do imóvel, ao contrário dos bancos.
"Quando você financia com o banco, ele faz uma análise do quanto você pode pagar e só aceita que se comprometa entre 20 e 30% do valor da renda, então dificilmente você entra em uma situação de risco. O problema da planta é que a estratégia financeira é pessoal, você se planeja. Tem gente que compra e se enrola porque não sabe fazer essa análise de risco e chega na entrega das chaves já devendo para a construtora", afirma a professora.
De acordo com os especialistas, uma das vantagens de comprar o imóvel na planta é que até ficar pronto o apartamento ou casa costuma ter seu valor de mercado valorizado em até 30%. Porém, para quem tem urgência, a orientação é a compra financiada de um imóvel pronto com 20% de entrada e com o sistema de amortização que garanta prestações menores ao passar do tempo.
Como avaliar o mercado
Embora o momento hoje esteja com para se adquirir um imóvel você deve avaliar o mercado imobiliário antes de tomar sua decisão. A especialista Ângela diz que é importante que o comprador passe pelo menos um ano acompanhando a tendência de preços. Miguel José Ribeiro aconselha você a também acompanha a tendência dos bancos. "Se o mercado estiver com tendência de queda dos juros, é conveniente esperar mais um pouco para financiar, na esperança de uma queda maior. Mas se estiver subindo, financie logo. No mercado de imóveis, se os preços estiverem altos compre logo, mas se houver uma crise, espere mais um pouco para comprar", completa o economista.
Com informações do site bbel.com.br
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