Obras de arte, lembranças de família e ideias inusitadas são a chave desta morada em Fortaleza, onde todas as peças, de várias épocas, têm algo a dizer.
Painéis de vidro fecham a quina leste da construção. Não há cortinas e a luz entra sem barreiras. Ao lado de uma das aberturas, a arquiteta posicionou o banco de marcenaria revestido de laminado dourado - onde o filho Vinícius brinca.
No estar, as duas telas maiores são do artista paraense Sérgio Helle. Os lustres em formato de bola que pendem no estar eram de um hotel da família e estavam para ser descartados. Com a casa ainda em obras, a arquiteta pediu a Maurício, morador e engenheiro responsável, que colocasse seis pontos de luz no teto. Ele não sabia se a ideia da amiga daria certo, mas acatou o pedido. “Quis criar uma espécie de biombo”, diz Marcela. “As peças chegam perto do piso.”
Ao centro, mesa com tampo de mármore desenhada pela arquiteta pernambucana Janete Costa (1932-2008). Na parede, uma prateleira com a coleção de copos, um tapete do acervo da moradora e xilogravuras de Armando Sobral.
“Estamos sempre adaptando e somando coisas”, diz a arquiteta carioca Marcela Brasileiro, responsável pela reforma e decoração desta casa, num condomínio de Fortaleza. Bárbara, a moradora, é portuguesa, empresária do ramo hoteleiro; o marido, o engenheiro Maurício, nasceu em Belém do Pará. Ambos cultivam suas raízes – ela, as heranças; ele, tudo o que é próprio da sua terra. O casal tem algo mais em comum: a amizade de muitos anos com Marcela. Na reformulação, a fachada não podia ser alterada. Mas, onde era possível mexer, a arquiteta lançou mão de todos os recursos para tornar os espaços arejados e charmosos. “Gosto de aproveitar o que tenho”, diz Bárbara. “As peças podem mudar de lugar em vez de ser jogadas fora.”
Fonte: Abril
Nenhum comentário:
Postar um comentário