4 de novembro de 2011

Mobiliário e peças que fogem aos tamanhos convencionais estão em alta


Quase como se estivéssemos vendo uma parte do ambiente com uma lupa. Mobiliário e peças decorativas estão ganhando dimensões muito maiores (ou menores) do que o “normal”. A graça da brincadeira está justamente em subverter a ordem convencional das coisas, usando, num ambiente, cachepôs mais altos que um sofá, um aparador que chama atenção pelas “pernas” compridas ou uma estante que só termina no teto.

A arquiteta Patrícia Fiúza é adepta da mistura de peças com volumes muito grandes ou muito pequenos em seus projetos. Isso não depende, diz ela, de o objetivo ser estético ou de suprir uma necessidade qualquer do ambiente. Numa sala de estar na Barra, ela usou cachepôs da Velha Bahia de 1,3m de altura, feitos de madeira de demolição:

“Este jogo faz a diferença no projeto, assim como acontece com a utilização de diferentes texturas.” Em uma sala de estar no Recreio, a dupla Cláudia Pimenta e Patrícia Franco lançou mão de uma luminária de piso da Rosa Kochen, com base de mármore de carrara e haste em arco, de aço inox. A peça mede quase dois metros de altura.

“Como a sala é muito ampla e tem um pé-direito alto, a luminária torna o espaço mais acolhedor”, explica Claudia. Dentro do mesmo espírito, a renomada designer Etel Carmona desenhou um aparador com “pernas” compridas – de 1,45m -, que mais parece um cavalete. Vendido no Rio apenas na Arquivo Contemporâneo, o móvel tem portas feitas de mosaicos de freijó.

“Estética, funcionalidade e ergonomia são fatores fundamentais. A peça reúne tudo isso, e ainda fica à altura dos olhos, permitindo que se veja de perto o trabalho de marcenaria”, resume Etel.

Um banco de madeira, de dois metros de altura, sustenta a poltrona mole (desencapada) do designer Sérgio Rodrigues. Nas paredes, quadros, objetos e peças de antiquário, a maioria em dimensões bem reduzidas. Ao lado de uma das paredes, um banquinho e várias lousas em miniatura chamam a atenção e remetem a recordações de infância.

“Nós apelidamos o espaço de “a chapelaria das maravilhas”, pois é um lugar onde o chapéu de Magritte (pintor surrealista belga) e o chá de Alice podem conviver”, explica Verônica.

Cavernas romanasinspiram adega –


Na adega criada para a mesma mostra pelos arquitetos Carlos Murdoch, Georgia Montovani e Luciana Sodré, uma prateleira em formato curvo sobe da bancada até o teto. A inspiração, conta Murdoch, foram as minas subterrâneas (cavernas) de calcário utilizadas para blocos de construção, abandonadas pelos romanos – as primeiras “adegas” de que se tem conhecimento. Um conjunto de leds muda de cor, acentuando diferentes colorações na estante.

“Cavernas não têm parede nem teto. Esse foi o conceito que usamos como base. Por isso, a estante é tão atual”, conta Murdoch. “Nosso ambiente também é bem-humorado.”
O uso do branco no espaço permite que apreciadores de vinho enxerguem sua coloração sem interferências.

Com informações da Revista Zap

Foto: Marcelo Piu/Agência O Globo

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