20 de setembro de 2012

Líder no crédito imobiliário ainda é a poupança




A poupança ainda é a principal fonte de recursos para o crédito imobiliário, e isso deve continuar por alguns anos, avaliou Júlio Cesar Carneiro, chefe adjunto do Departamento de Normas do Banco Central. Segundo ele, a captação da poupança não foi afetada pela mudança ocorrida recentemente na remuneração da caderneta. "A população entendeu bem a medida e os depósitos cresceram. A poupança será a principal fonte do crédito por um bom tempo", disse nesta quinta-feira durante seminário promovido pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).

Ele ponderou, no entanto, que é necessário reforçar o desenvolvimento de outros instrumentos para compor o fundo do crédito imobiliário, que segue em rota de crescimento. "Se temos que incentivar o crédito imobiliário entre instituições de menor porte, esses instrumentos têm que ser trabalhados", afirmou, referindo-se às Letras de Crédito Imobiliário (LCI), Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), entre outros.

Novo instrumento

Carneiro acrescentou que está em avaliação no Banco Central a criação de covered bonds, que são títulos com lastro nos financiamentos imobiliários. O instrumento, porém, ainda não tem data para chegar ao mercado.

Para Carneiro, o mercado imobiliário brasileiro está fundamentado em bases sólidas, com baixa inadimplência e atendendo em grande parte as recomendações internacionais. Para ele, entretanto, faltam indicadores sobre crédito imobiliário, originação dos recursos e preços dos imóveis. O executivo disse que está em estudo por outras instituições a criação de um índice de preços. Atualmente, há apenas o Índice Fipezap, realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) a partir de anúncios no site Zap, e não de negócios fechados.

O executivo também afirmou que existe uma tendência de relaxamento das exigências para concessão de crédito à medida que cresce o volume de financiamentos. Segundo Carneiro, é preciso seguir verificando a renda dos mutuários e seus limites de endividamento com o objetivo de evitar complicações nos pagamentos. A inadimplência do setor está decrescente.


Com informações da Infomoney

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