11 de abril de 2011
As calçadas são responsabilidade do dono do terreno? Quais são os revestimentos mais indicados?
Na maior parte do Brasil, as calçadas não são padronizadas. Isso quer dizer que cada lote urbano é responsável pela execução e manutenção do trecho a sua frente, como se fosse parte do próprio terreno. Em muitas cidades do mundo, entretanto, isso é diferente. Em alguns casos, o poder público é o responsável pelas calçadas; em outros, o proprietário do lote tem o dever de construir e conservar o pavimento, mas deve obedecer um padrão rígido para garantir que todas as calçadas sejam iguais.
A padronização das calçadas em termos de dimensões, forma de vencer desníveis, acessos e acabamentos tende a criar uma paisagem urbana mais lógica que agrada muito as pessoas por passar uma imagem de limpeza e organização urbana. Há muitos arquitetos que pensam que essa deveria ser a forma a ser adotada nas cidades brasileiras. Existem alguns exemplos notórios como o calçadão da praia de Copacabana (de Burle Marx), a Avenida Paulista ou a recente reforma da Rua Oscar Freire (esta última, com projeto do arquiteto Héctor Vigliecca) que têm suas calçadas padronizadas.
Mas não é o que acontece na imensa maioria das vias. Quem realmente reina nas calçadas brasileiras é a diversidade.
Por partes
Embora pareça uma coisa só, a calçada é composta de várias partes, a começar pela guia, que é o encontro da calçada com a rua. A guia pode ser normal ou rebaixada (para a entrada de veículos) e usualmente é de granito, como um grande pedaço de paralelepípedo, ou de concreto (forma mais comum e contemporânea). Possui um padrão rígido que deve ser respeitado porque parte da rua, tem relação com a altura da porta dos carros e é importante na condução das águas das chuvas.
Materiais
Outras partes da calçada são a pavimentação (a área onde de fato caminhamos), os desníveis (que podem ser em forma de pequenas rampas ou degraus) e os encontros da pavimentação com os vizinhos, nas extremidades do lote e com a própria edificação e suas entradas. Por fim, existem os furos na calçada para implantação de uma árvore ou jardim.
A pavimentação é o primeiro item a ser pensado, uma vez que todas as outras questões vêm um pouco a reboque dessa decisão. As possibilidades de tipos de piso são extremamente amplas, e variam bastante em questões relativas a preço, manutenção, qualidade e resistência ao tempo.
Materiais como mosaico português (como o usado no calçadão de Copacabana), paralelepípedos, concreto intertravado, placas de concreto, ladrilhos hidráulicos, pedra miracema, porcelanatos rugosos, basalto, cimentado são alguns exemplos das muitas possibilidades de calçamento existentes. É bastante importante que o material jamais seja muito liso, pois a calçada pode ficar escorregadia durante uma chuva.
Encontros
É imprescindível usar um material durável e desconfie de revestimentos finos demais. Tenha em mente que as calçadas são bastante solicitadas pelos passantes, veículos e exposição a intempéries.
Os encontros com os pisos dos vizinhos são muito importantes e devem ser bem detalhados porque, do contrário, esses serão provavelmente os primeiros a revelar problemas no futuro. O encontro de materiais diferentes é sempre um ponto sensível na construção civil por isso, sempre que possível, procure usar o mesmo material da calçada do vizinho.
No caso de uma árvore ou jardim, procure sempre realizar uma limitação clara, e talvez uma mureta de concreto ou alvenaria, de forma a deixar o piso requadrado, pois este também é um ponto vulnerável por conta das chuvas e raízes das plantas.
Muitas prefeituras disponibilizam em seus sites guias de como realizar sua calçada da forma apropriada, até com indicação dos materiais que seriam os desejados pela municipalidade. As calçadas são importantíssimas para a cidade. Até quem nunca sai a pé em algum momento vai ter de caminhar por uma calçada e quanto mais bem feitas todas elas forem, mais agradável será viver em sua cidade.
Com informações da UOL.
Foto: Júlia Moraes.
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